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À beirada de incompetências sociais, diga-me algo, jovem…
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Bom dia, Sr(ª) Filipa Andreia,
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O meu nome é Santiago Gregório Fuentes. Sou jornalista.
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No passado Domingo, dia 15 de Janeiro, por volta das 20:20, a Filipa enviou-me um “pedido de amizade” via Facebook.
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Eu sou um homem muito privado e precaucionado, e por isso, não aceito facilmente novas “amizades”. Sobretudo, quando não conheço as pessoas pessoalmente (não-virtualmente).
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Reparei que as nossas amizades em comum, são futebolistas femininas do “nosso” Clube.
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Infelizmente, algumas das quais, não têm (na minha opinião) um grande potencial. Em anos recentes, já vi praticantes sobejamente mais “prendadas” (e motivadas) ficar pelo caminho.
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E suspeito que a curto-médio prazo, também o grosso destas, irão ser “excedentes aos requisitos“. Mas algumas, têm uma excelente formação humana. E são essas, as que mais “estimo”.
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Fico igualmente satisfeito, ao constatar que as equipas(plural) técnicas estão a explorar opções…
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…Ao testarem atletas noutras “incumbências” em que o seu défice de atleticismo ou de técnica não seja um tão grande estorvo à afirmação das miúdas.
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Recapitulando. Não fazendo eu ideia, quem a Filipa na realidade era, fui ver uma ou outra foto sua.
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E parecendo-me que a Filipa teria uns 16 anos (neste momento, já sei melhor…), deduzi que seria também uma jogadora de Futebol.
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É muito comum (mais do que eu desejaria) jogadores, empresários e encarregados de educação tentarem chegar à fala comigo. Geralmente, por estarem de alguma forma “túrbidos”.
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Infelizmente, a cobertura mediática do Futebol Feminino em escalões de formação é muito deficiente (e em parte, por culpa dos Departamentos de Comunicação).
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Só resta mesmo, a garantia de reportagens sobre as Selecções de Formação e Esperanças.
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E por essa razão, não estou (suficientemente) familiarizado com todas as jogadoras ou “staff” envolvente.
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Mas perguntei a algumas jogadoras quem era a “Filipa Andreia“, e elas dilucidaram-me, declarando que a Srª era a “Team Manager” de uma equipa Sub-19 Feminina.
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Confuso, mas presumindo haver uma razão para que… a Filipa quisesse chegar à fala com o Santiago… (isto já parece o título de um filme de Otto Preminger…)
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Decidi então, tentar estabelecer contacto com a Filipa. Enviei-lhe via Facebook uma mensagem, que até ao momento, ainda não resultou em qualquer “retorno”.
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Posteriormente, pedi às jogadoras o seu perfil na rede social Instagram, e também através da mesma lhe enviei uma mensagem, indagando junto de si, em que qualidade, lhe poderia ser útil.
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Mais uma vez, também sem “feedback“…
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Um homem da minha idade, não percebe muito destas “modernices” (nem sei o que é uma “App“)…
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…Mas percepciono o suficiente, para ter a cognição, de que por vezes, as mensagens vão para a uma “pasta” secundária, e de menor “perceptibilidade” para a receptora.
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E para “voltear” essa “inconveniência”, deixei uma mensagem num “post” seu, solicitando-lhe por obséquio, que fosse enxergar e descortinar as suas mensagens.
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Para minha surpresa, poucos minutos depois, a “senhora” tinha-me “bloqueado” ou “restringido”.
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O que encarei como uma postura manifestamente rude para com alguém que somente lhe estava a tentar ser prestável. E não tendo eu, qualquer obrigação a tal.
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De qualquer forma, não albergo em mim qualquer querer em retribuir grosseria com má-criação.
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E pela descortesia supramencionada, observei um momento de “pesar” e comiseração, mas nunca por mais do que um (efé)mero instante, assevero-lhe.
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Quiçá, arrapazadas (ou de outra disposição cromossómico…) venerações excessivas (e improfícuas) deixaram-na com uma auto-perspectiva sobrevalorizada no que concerne à sua “latitude” entre o género oposto. É comum em certas faixas sub-meia-idade.
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Não tolero, nem nunca irei tolerar a olência da “chulice” ou brusquidão. A teimar nesse “desempenho”, ele irá deixá-la, em muito “maus perfumes” junto do meu espírito.
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Subsequentemente, contactei dois dirigentes do Clube, para tentar afilar junto dos mesmos, o que a Filipa queria de mim.
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Como derradeira diligência, optei por lhe escrever esta epístola. Inquirindo pela 4ª(ou 5ª) vez. O que deseja de mim, ou como lhe posso ser “adequado”?
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Venho me questionando, sobre qual o “contraveneno” compulsório para conseguir transpor essa “alpina” e “imunológica” barreira de incomunicabilidade que até ao momento, nos impede de veicular proficientemente… como emissor(a) e receptor(a) civilizados.
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Espero que estas módicas sentenças possam servir como “excursões retóricas”, “letradura lubricante” ou “propelente literário” para amornecer essa tramela ou desadormentar esses quirodáctilos.
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Espero que não me desiluda com mais uma “não-resposta”. Se o fizer, comigo (muito)dificilmente haverá “carril de regresso”.
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Peço-lhe que tome bem conta das “nossas” meninas, sobretudo, daquelas mais humildes e gentis.
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Grato pela atenção,
Tenha o resto de um bom dia.
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Parque das Nações,
Sexta-Feira, 20 de Janeiro de 2023,
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Texto: Santiago Gregório Fuentes.
Imagem: Direitos Reservados.
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Post-Scriptum: Fico bem impressionado ao ver que a Filipa está a apostar na vertente universitária, pois um erro comum nas jovens, é assumirem – pela natureza dos seus “predicados momentâneos” – que já têm “valor”. E que por essa razão, não necessitam de investir em si próprias (como os homens no mesmo estágio etário fazem). E por isso, desejo-lhe as maiores felicidades nesse seu empreendimento escolástico e nas qualidades sempiternas que decerto irá embolsar.
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Homens e mulheres não são dissimilares, pois ambos querem sentir-se valorizados e pessoas de interesse. Os homens simplesmente sabem aos 20 que ainda não “o” têm, enquanto elas pensam que “aquilo” que têm (e com o qual “nasceram”)… vai ser eterno e suficiente. Por essa razão, chegados à decadência dos 40s, geralmente os homens estão em vantagem, em praticamente todas as “métricas” possíveis e imagináveis. Assim a vida é… minha “querida”.
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Não deposite a sua “fé” nas doutrinas de “colectivismos” cínicos. Aposte em si, na sua individualidade, no seu potencial e talentos singulares.
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