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(Há dois anos… algures para os lados da Torre da GALP)
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– Santiago, eu sou do Benfica, mas não percebo nada de Futebol…
– Minha querida, isso seria o mesmo que dizeres que és do Chega ou do Bloco, mas que nada percebes de ciências políticas…
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(adiante para Setembro de 2022, se faz favor…)
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Querida Spence,
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Quando era criança, eu “sonhava” sobretudo com lobos, ofídeos e prédios muito, muito altos sob um céu azul preenchido por cúmulos brancos. Mas agora, na meia-idade… as “mensagens” subliminares da minha desgarrada imaginação começam decididamente a tornar-se cada vez mais entretidas e… “estimulosas”.
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O nosso subconsciente é de facto uma coisa muito curiosa, as coisas que ele sem pré-aviso vai buscar para nos “esfregar na cara”, como que a dizer, “tu a mim não me enganas, Santiago!”
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…Embora, embora, Sigmund Freud sempre tenha dito, que o vermelho era uma cor associada ao sexo e à paixão. Mas em Lisboa, nós associamos tal tonalidade sobretudo aos caloteiros e às pessoas sem berço.
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Adormeci após o almoço (comi Pizza da Domino’s), e meses depois, eis que voltei a sonhar com a… Dª Vanessa (bem me pareceu que algo se aproveitaria nas fileiras das Lampionas do CHEGA…). A diferença sendo, que desta vez, não foi um sonho “agradável”, antes pelo contrário…
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Há uns meses, sonhei que estava nas bancadas de um pequeno estádio(talvez em Oeiras), para ver um jogo de Futebol Feminino, e uma das equipas era o Benfica.
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Ao intervalo, as coisas corriam mal (e ainda bem!) às “Lampionas“, e o treinador (a “Patuda“? Nem vê-la…), sabe-se lá porquê, pediu-me a mim (que não sou dessa “raça malvada”) para ir buscar “a arma secreta“, que “ela” teria que entrar na 2ª parte.
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Uma mulher com um corpinho lascivo é como um Samsung OLED de última geração exposto na Worten. Nós admiramos as suas linhas estéticas e reconhecemos-lhe valor e potencial para nos entreter.
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Mas depois, ligam-nas à corrente eléctrica para lhe dar vida própria, e ela começa a sorrir (nem sempre de forma impoluta ou “matrimonialmente integra“) e a sua personalidade descomplexada e efeminada (geralmente, Spence, só mulheres da tua nacionalidade é que irradiam uma tão inebriante licenciosidade) “transborda” cá para fora através da expressividade dos seus olhos e as suas comissuras labiais. E então, nós pensamos, “Hmmm, isto assim é ainda melhor…“. Uma vez por outra, todas as moças deviam ser “eléctricas“.
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Saí do estádio, e descobri que a “arma secreta”, era uma GR suplente (e felizmente, não daquelas que pesa 120 quilos), e que era a “nossa” (mais tua do que minha…) Vanessa. Felizmente, ela estava de Skechers brancos, que lhe encobriam aquelas atamancadas tatuagens que lhe dessacram a sua lubricidade ectomórfica e áurea, de sorrisinho sugestivo e risadinha marota.
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Lá na Terra dos ‘Maricanos, ela é aquilo a que se chama uma… “cock-teaser“. Ou, como se diria em Santa Marta de Corroios… uma “provoca pilas“. A (des)propósito, quando é que a Maria de Medeiros vai fazer um filme sobre mim?
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Francamente, a Vanessa parece uma versão mais “patife” daquela “camisola 11” (mas a Vanessa tem um dermatologista mais competente…) que costuma ir treinar ali para os lados da Cruz Quebrada, e que fala um Castelhano pior (caríssima cabeça-de-alho-chocho, “aqui ao lado”, diz-se “errores” e não “erros“, e “muy malo” e não “muy male“) que o Inglês dos gajos da Sport TV (ou as “Deputadas” do Dafundo).
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Devo dizer (escrever), que sonhar com uma Fac-Símile (por causa dos incisivos “espigadotes” e da “juba” loira com raízes escuras) tão razoável de Brigitte Bardot, nunca poderá ser encarado como algo menos do que mavioso.
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A “nossa” Vanessa (mais do marido dela do que nossa…) estava a treinar num campo secundário adjacente ao estádio, e eu fui chamá-la, e nem sequer resmunguei por me ter sido adjudicado tal “mandarete”, que cumpri com significativo aprazimento.
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Por razões que não consigo descortinar – mas, pelas quais fiquei francamente grato… – peguei na Vanessa “às cavalitas“, com as coxas dela a apertar-me a cabeça, e carreguei-a para dentro do estádio. Será por “job descriptions” assim, que hoje em dia todos querem ser “Team Managers“?
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Esse sim, foi um sonho, sobretudo, a parte da minha cabeça entre as “trancas” dela. E atendendo a que no passado, no Parque das Nações, nunca lhe reconheci grandes aptidões futebolísticas, espero que ao menos ela tenha… “aberto a perna“, e o Benfica tenha sido goleado…à grande e à Francesa “Bardotiana”.
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Tragicamente, não consigo me lembrar da olência que “dali” emanava, mas quero acreditar, que seria análoga a óleo de coco (com um farrapo de mel) ou então, aloe vera fresquinha.
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Estou a “reinar”, na realidade, dos… arrabaldes da sua sínfise púbica, a (esculpidíssima) pubescência (decididamente morena) dela rescendia precisamente… a Fructis da Garnier. Quer dizer… pelo menos, na minha (gráfica)imaginação assim era.
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Ou, como diria Humphrey Bogart na “Relíquia Macabra“, “ela era a substância da qual os sonhos (literalmente, neste caso) são feitos“.
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Hoje, sonhei que estava dentro da casa dela, e não conseguia dar com a saída.
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Era um apartamento enorme(!), “labiríntico” e muito, muito, muito desarrumado. Por mais portas que eu(em pânico) fosse abrindo, ia sempre dar com outra divisão, com outro quarto, e nunca com a saída.
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Que diria Carl Jung de tudo isto? De estar “preso” e nervoso dentro da casa dela? E que representaria a casa? E que significaria toda aquela desarrumação? E o facto de eu quase ter dado um trambolhão por causa da baderna no quarto das filhas dela? Se calhar, vou telefonar à Dra…. “Filipa Mil-Folhas” e pedir-lhe que interprete este meu “cauchemar“.
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Se bem me recordo, o apartamento da Dª Vanessa era alcatifado (castanho acinzentado), e ficava na Quinta do Lambert (sensivelmente 200 metros a Sul de onde ficavam as instalações de “O Público“) nos anos 80, e o quarto das filhas dela estava uma enorme confusão. Não havia uma estante ou prateleira que não fosse um “engarrafamento” de “tralha“.
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Eu quando era puto, apenas tinha em cima da minha escrivaninha um bonequito do “E.T. O Extraterrestre” e um bloco quadriculado onde chorava desalmadamente ao passo que praticava a tabuada, enquanto me questionava, se faltaria muito para começar “Il était une fois… l’Espace” na RTP.
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Os pobres “Millennials” que nos sucederam tiveram que levar com os “Mighty Morphin Power Rangers” (a Amy Jo Johnson há 25 anos tinha um corpinho…) e o “Dragon Bolas NãoSeiQuantas“, em que um dos “heróis”, creio que se chama… “Sobe Ao Cu“. Indubitavelmente, um “protagonista” idealizado por Gore Vidal nos seus tempos livres nas enseadas de Ravello.
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Felizmente, em Reguengos de Monsaraz, os encarregados de educação permitiam às filhas ver somente “o Boi Bocas“, Em “contrapartida”, em Santiago do Cacém, elas preferiam antes “As Aventuras de Tom Sawyer).
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Já as Conimbricenses, diz-se que elas adoram ver… “La Vie d’Adèle” (também recomendo “D’après une histoire vraie“), o que é compreensível, pois a Mademoiselle Exarchopoulos possui umas extraordinárias micro-expressões faciais, ela mesmo no cinema mudo teria feito furor.
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A Dª Vanessa também tem que pensar em comprar uns LEDs, as divisões sem janela estavam muito mal iluminadas, e eu quase que ia caindo.
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Se a minha imaginação subconsciente continuar assim, qualquer dia, ainda “sonho” que estou na casa do meu vizinho… “Acácio Ventura“, e a Dª Vanessa estará por lá a distribuir canapés (eu levo o “Arsênio” e o “Ciânico“…) e a angariar militância “por la causa“. Sim, este agora, foi um calemburgo ideológico (e alusivo a Hemingway) profundamente infeliz.
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Ainda bem que o Picasso, o John dos Passos e o Orson Welles já morreram, senão, por causa desta graçola, eles cortavam relações comigo. Eu há uns anos, nas Assembleias Gerais, até chamava “General Franco” ao Filipe Soares Franco. Ui, se a Martha Gellhorn e a Mariel Hemingway (preferia a Margaux…) sabem desta, aí é que eu fico mesmo tramado…
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Enfim, de futuro, peço se faz favor, as minhas Têmporas (bem)entaladas no “Torno d’Adutores” de Dª Vanessa, mas menos barafunda e bagunça no triplex do casalinho. Não peço mais do que isso, e penso que até já estou a ser bastante razoável.
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Pelo sim, pelo não, não voltarei a almoçar na Domino’s… Até porque, aquilo está (justificadamente) a ficar cheio de sindicalistas. Aparentemente, tratam aquela malta jovem com um autoritarismo a roçar a “inconstitucionalidade“, em que nem sequer podem usar fios de ouro por receio disso poder afrontar fregueses religiofóbicos (aposto como vêm todos de Abrantes…). Ainda hei de escrever uma cartinha à… Dra “Svetlana Mota d’Água“, para ela ir lá levantar poeira à frente das câmaras da SIC Notícias.
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Beijinhos,
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Parque das Nações,
(redigido a Domingo, 11 de Setembro de 2022).
Quarta-Feira, 21 de Setembro de 2022.
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Texto: Santiago Gregório Fuentes.
Imagem: Direitos reservados.
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Post-Scriptum: No outro dia, no Twitter do Michael Montero (colega do Ronald William Miller), vi um vídeo em que inventores Chineses conceberam um “dispositivo” para Clínicas de Esperma, em que a dita “maquineta”, supostamente, simula a temperatura, humidade e… luminosidade duma vagina. Spence, vocês têm iluminação lá dentro??? Confesso que de tal “pormaior”, nunca me dei conta… Assim se houver um “blackout“, a malta ainda se safa.
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Post-Post-Scriptum: Este texto foi uma obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos, instituições, localidades, aparelhos reprodutores, tatuagens, odores, “deficiências dermatológicas” ou quaisquer situações da vida real… terá sido mera coincidência, obviamente! E sem desconsiderar quaisquer outras, prefiro a Inês de Medeiros.
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