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Querido Ronald,
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Em 1974, o “Rock and Roller” Jerry Lee Lewis (coloquialmente alcunhado(na Louisiana) como “The Killer“/”O Matador“) andava em tournée pelo Sul dos Estados Unidos quando necessitou de parar numa bomba de gasolina.
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Ao entrar no estabelecimento, Jerry deparou-se com um escaparate de cassetes de música. E ao observá-las mais de perto, Lewis apercebeu-se que algumas eram cassetes piratas da sua própria música.
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Furibundo, Lewis arrastou selvaticamente o mostruário para fora da loja, levou-a até uma bomba, regou-o com gasolina e com um fósforo pegou-lhe fogo.
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Aflito, o responsável pela bomba saiu cá para fora em histeria e pânico, e gritou repetidamente, “o que vou eu dizer ao distribuidor das cassetes?!”
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Lewis virou-se para ele, e de forma implacável replicou, “diga-lhe apenas, que «O Matador» esteve aqui!!!”
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Caso eu não tivesse(o que categoricamente não foi o caso) visto o jogo do Sporting com o Chaves em Alvalade, provavelmente as minhas perguntas seriam:
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1) Como Jerry Lee Lewis na conflagração da gasolineira, Rúben Amorim esteve lá derrota em Alvalade? Sim, esteve!
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2) Rúben Amorim meteu Luís Neto e Ricardo Esgaio como titulares? Sim, meteu!
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3) Rúben Amorim retirou Pote da linha avançada e meteu-o no meio-campo? Sim, retirou e meteu.
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4) O Mister deixou o Matheus Reis no banco? Sim, deixou.
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5) O Rochinha foi titular? Sim, foi.
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Bom, neste caso em particular, não me parece que seja necessário chamar o Chefe dos Bombeiros a Alvalade para aferir as causas da “piromania“.
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Ouvi atentamente a “flash-interview” de Rúben Amorim e devo confessar, que fiquei com a coluna vertebral gelada.
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Aquilo que captei, parecia o regresso do “Fantasma d(e um)o Natal Passado” (bom dia, Sr. Charles Dickens), e escrevo isto, pois era Rúben Amorim a falar, era a sua voz, mas o conteúdo em si parecia doutro. Sinceramente, pareceu-me estar a ouvir… o Paulo Bento de finais de 2009.
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Eu explico, após desaires, quando Paulo Bento vinha às “flashes“, ele tinha por hábito explicar o que tinha acontecido, e fazia-o de forma sobejamente competente, o problema, é que não explicava o porquê de tudo aquilo estar a acontecer. Talvez, porque tal habilidade estivesse para além das suas competências, especulo eu.
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E com Rúben, cada vez mais, parece passar-se precisamente o mesmo! Ele é exímio em descrever (nós também estivemos a ver, Mister…) o que aconteceu, mas nunca esclarecendo o que está por detrás de tais infortúnios. Francamente, é como ouvir um radialista retratar tudo pormenorizadamente (nós temos olhos! E alguns de nós, até de massa encefálica dispomos).
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Uma questão? Rúben Amorim é bom treinador? Em Agosto de 2022? Não sei (sinceramente, estou semi-preocupado). Em 2020 e sobretudo em 2021 era excelente, uma rajada de ar(táctico) fresco mas neste preciso momento não entendo se o problema é um de teimosia, de falta de recursos humanos, ou simplesmente de falta de inteligência.
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Uma indagação muito específica? Rúben Amorim é inteligente? Objectivamente, eu quando jogava Championship Manager 2001/02 aprendi (a considerável custo) uma lição valiosa que eu penso ser transferível para o Futebol do Mundo Real no qual Amorim labora.
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E que lição foi essa? Que a pior coisa que podemos fazer quando tentamos solucionar um problema (dos 11) do XI titular, é inadvertidamente criarmos DOIS(!) problemas.
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À partida, o Sporting tem um(1!) problema gritante, que é que já não tem um Matheus Nunes. E Rúben Amorim ao tentar solucionar tal “embrulhada”, decidiu recuar Pote para a posição “8“.
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O(s) problema(s) (literalmente): é que 1) Pote não rendeu a “8” o que Matheus Nunes rendia, e 2) Marcus Edwards a “11” não rendeu o que Pote tem por hábito render.
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Se isto foi a “adjudicação” de um treinador genial? para mim, não foi! Daí o meu consternamento, pois fico a considerar que o “problema” (de sagacidade) poderá ser sistémico e perdurável.
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Há mais de 2 séculos, o poeta Inglês Samuel Taylor Coleridge escreveu o clássico “O Conto do Velho Marinheiro“, e nele aprendemos que um grupo de náufragos está num bote à deriva à beira da Antártida.
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Mas os marujos têm muitos truques para se orientar, e um deles é seguir o rumo das aves (não as águias, asseguro-vos!), mais especificamente, seguir o rumo dos albatrozes. E não obstante o dito pássaro estar a ajudar a tripulação a navegar para fora das gélidas águas do Polo Sul, um dos marinheiros (ornitologicamente deficiente) em desespero, mata o albatroz para o comer.
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Os restantes marinheiros irados ao verem a sua “salvação” ser consumida, atam o albatroz em redor do pescoço do mareante e atiram-no borda fora, e o peso da ave morta arrasta o tripulante para as profundezas e para a morte. A questão aqui é: 1) Quem é o “albatroz” de Rúben Amorim, ou 2) será Rúben Amorim o “albatroz” do Sporting?
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Não querendo soar melodramático, pois ainda só se registaram 4 jornadas, e tudo ainda está (em teoria) em jogo, mas quem me garante que os erros não representam uma “patologia” “crônica” no Mestre Amorim?
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Fortaleço e reitero, que eu quase que diria que não lidamos com tamanha “dubiedade” desde os tempos do “Paulo Bento 4 ever“.
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De qualquer forma, eu não sou médico, e consequentemente, nem sei se a “disfunção” será uma de défice de intelectualidade, ou se não será mesmo uma de teimosia, de relutância e de orgulho.
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Costuma-se dizer em Reguengos de Monsaraz, “teimosos são os Tios e os Electricistas“, e eu penso que Rúben ainda não tenha sobrinhos. Ou se calhar… somos todos nós sócios os seus “sobrinhos”.
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Costuma-se dizer, que não há nada de novo para inventar, nem “clichés“, nem sabedoria. E realmente, nos provérbios do Antigo Testamento podemos ler “o Orgulho precede a queda“.
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Será o nosso Rúben um “birrento” de proporções bíblicas cuja “observância” para com Esgaio, Neto, Paulinho, etc é maior do que a sua fidelidade para com os sócios e a administração do Sporting?
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Eu certamente posso escalpelizar o “estrépito” mais recente em Alvalade, bem como o resto da época até agora, e identificar esta e aquela discordância técnica, mas o que me deixa verdadeiramente preocupado, é que não podemos culpabilizar um factor apenas.
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Eu dormiria comodamente nos braços de Morfeu, se o “estrondo” em Alvalade (ou no Dragão) se devesse tão somente à ausência de um “Matheus Nunes”, mas isso parecer-me-ia simplista e convenientemente “consolador“, quando na realidade, aquilo que explica a falta de “voracidade competitiva” deste conjunto em finais de 2022 me parece algo mais “profundo“, “endémico” e “virulento“.
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Algo que se “entranhou”, e que receio que não irá ser solucionado com 1, 2 ou 3 reforços. Maiormente, se não forem os reforços adequados.
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Temo que haja algo permanentemente “enguiçado” em Rúben Amorim (ou nas suas concepções), ou no seu plantel, ou nesta administração, que somente possa ser “remediado” após Maio, após uma “chicotada psicológica/metodológica” ou após eleições.
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No Sporting, geralmente, para se curar a gangrena num dedo mindinho, temos por hábito decepar todo o braço (ou a cabeça…).
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Quanto a reforços,
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Pelos vídeos que eu tenho visto de Sotiris Alexandropoulos (de quem nunca tinha sequer ouvido falar – e provavelmente, por… “mau” motivo -, o que é semi- apreensivo), diria que é um jogador fisicamente semelhante a Matheus Nunes, e desconfio que em termos técnicos não deverá ser precipuamente inferior.
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Agora, uma questão é a Antropometria, outra será a Atlética, e nesse quesito, confesso-me pessimista (é a natureza do comum adepto…).
Mantenho (conforme referi AQUI há 14 dias) que o Sporting precisa sim, é de um substituto para João Palhinha, e não para o Matheus, pois esse já cá está, e chama-se Manuel Ugarte.
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Poucas coisas são mais angustiantes do que ver fundos serem mal-alocados. E o Sporting por vezes, quando tem dinheiro, é mais desalentador que uma consorte materialista quando “abafa” o cartão de crédito do esposo e segue para a baixa da Avenida da Liberdade.
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Dizem-nos regularmente ao longo dos anos que não temos dinheiro, mas depois, alienamos activos de inequívoca qualidade, e para o seu lugar chegam uns “fac-símiles” de quem nunca (quase) ninguém ouviu falar, e oriundos de campeonatos inferiores ao nossos, e onde nem mesmo aí “incendiaram” as tabelas de estatísticas (2 golos e duas assistências em quase 80 jogos ).
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Já para não falar (preferia estar a almoçar…), que só foi convocado 5 vezes (sem golos) para a 49ª melhor Selecção do FIFA ranking, enquanto Matheus já tinha 9 convocatórias para a 9ª Selecção (Portugal) desse mesmo ranking. Laconicamente, espero pouco do Grego.
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Outra “interpelação” que me parece pertinente é a seguinte, foi Rúben Amorim quem pediu a contratação de Jeremiah St. Juste?
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Eu já escrevi (logo após o jogo em Braga) que era primordial que Ugarte e St. Juste fossem titulares com a maior das urgências. Mas o Holandês permanece no banco, e Rúben vai testando “parceiros de dança” para Ugarte em vez de insistir na vinda de um médio defensivo forte do ponto de vista posicional.
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Será que Rúben Amorim pediu (durante 2 anos) Vítor Tormena (do SC Braga) e foi “obrigado” a contentar-se e “comer” com St. Juste? Quem foi o Pai dessa transferência? E quem foi o “padrasto”?
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O real problema serão as supostas lesões de St. Juste, ou o facto de ser uma imposição da SAD ao treinador? Desconheço. E mais do que curioso ou inquisitivo (isso são particularidade boas é para os patologistas), eu quero é ganhar, ciclicamente!
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Ainda se lembram de quando o defesa central Paulo Renato (não recomendo…) “apareceu” no plantel de Paulo Bento em Julho de 2007 e Paulo Bento nunca lhe deu 1 microssegundo sequer em jogos oficiais?
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Como para mim, uma das nossas “inanições primárias” o ano passado foi precisamente a ausência de um “central direito” convincente, obviamente que estou “desassossegado”.
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Agora, todos (muitos) professam, que vem aí Arthur Gomes do Estoril: Eu escrevo-vos isto sinceramente, recuso-me terminantemente a aceitar a veracidade dessa contratação até ela aparecer no site oficial do Sporting.
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E desaceito-a por uma razão simples, porque a mesma, não faz qualquer sentido, pelo menos para mim, considero-a perfeitamente ilógica, para mão escrever “surreal” ou francamente alarmante.
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Anatomizemos isto de uma forma lógica, pode ser?
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1) O Sporting é um candidato ao título? Sim, é!
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2) O Estoril Praia é um candidato ao título? Não, não é?
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3) Na hierarquia dos actuais extremos do Estoril Praia, em que “posto” situamos Arthur Gomes? Bom… eu diria que presentemente, ele será talvez o 4º melhor extremo dos “Canarinhos”, atrás de Tiago Gouveia (que já foi nosso), de Rodrigo Martins, e possivelmente de Erison.
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Então (calma, calma!), o Sporting Clube de Portugal está precariamente necessitado de um “6” de qualidade, de um “9“, e vamos reforçar o plantel com o 4º melhor extremo de um Clube que com sorte competirá pelo 6º lugar na tabela? Isto faz sentido? Para mim não faz, mas se calhar, é porque jogo demasiado Xadrez, o que tem esse hábito malandro de me tornar pensante.
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Não questiono as qualidades técnicas e velocidade de Arthur, mas os números falam por si, 3 golos em quase 35 jogos.
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Fico aturdido só de pensar, que Arthur Gomes venha aí para a nossa “ponta esquerda“, porque Rúben quer recuar Pote (um jogador que marcou quase 40 golos nos 2 últimos anos) em definitivo para o meio-campo.
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A menos que… o Mestre Rúben e o Mestre Adélio, tenham em mente trazer Arthur para o “transfazer” num lateral esquerdo, e por consequência, obter dois resultados: 1) Nuno Santos passa a jogar menos frequentemente como LE, e 2) Matheus Reis assenta de vez como “central esquerdo“.
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Teremos que confiar no nosso “wunderkind” Campeão, até porque, que outra escolha temos nós?
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Mas, regressando à “autopsia” lógica e à “crítica pontiaguda”. Questiono-me:
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1) Que sentido faz vender Bruno Tabata por 5M€ para depois ir buscar Arthur Gomes por 4M€?
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2) “Reforços” como Rochinha e Arthur Gomes irão tornar o “Leão” mais “concorrente” do que em 2021/22? Duvido (de forma imensa)! Desde que Amorim chegou a Alvalade, a maioria dos reforços pareciam ser criteriosos, mas este verão começam a levantar-se alguns pontos de interrogação e reticências. Pessoalmente, prefiro pontos de exclamação e a ocasional profanidade.
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Leio igualmente, que agora, supostamente, queremos o “9» da moda”, Fran Navarro do Gil Vicente por uns rumoreados 6,5M€…
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Sabem que mais vos escrevo? Isto de encaixar 45M€ com a alienação de Matheus Nunes, e depois irmos gastar (notem que não usei o vocábulo “investir“) 15M€ em Sotiris Alexandropoulos, em Arthur Gomes e em Fran Navarro, isto é o que na gíria urbana dos jovens se costuma caracterizar como… “trocar uma moeda de 2€ por 3 moedinhas de 0,50€…).
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Ficar sem um titular, e em “câmbio” “acolher” (cheira-me que este será o verbo adequado, infelizmente) esses 3 é desconfortante, pelo menos, à primeira vista, mas irei com muito gosto a um Optometrista em caso de sucesso desportivo em Maio.
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Que penso eu de Fran Navarro? É um jogador bastante razoável, mas eu não creio que um (real) candidato ao título se “edifique” com recurso a “jogadores razoáveis”.
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Sim, tem características descoincidentes de Paulinho, mas 6,5M€ por um suplente é de afectar a tensão arterial de qualquer um… portanto, faço votos de que o meu Cirurgião Vascular não anda a ler os “boateiros“.
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Recentemente, renovámos com Jovane Cabral, e eu durante anos critiquei Jovane (a quem alcunhei de forma malandra como “Equipoise“) como sendo o típico jogador que é muito atlético, mas deficiente nos aspectos mais técnicos.
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Além disso, aparenta sofrer continuadamente de lesões. Estando ele saudável, considero-o um jogador interessante para termos no plantel, sendo que o(s) problema(s) serão sempre de ordem técnica, notadamente a sua capacidade de cruzamento e passe para jogar como extremo, e a sua capacidade de recepção para jogar como (“quasiment“) referência do ataque.
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Pessoalmente, prefiro Jovane a jogar como “falso 9“, num ataque com 3 avançados de grande mobilidade como Pote, Edwards, Trincão. Contudo, para que tal seja realizável, Jovane não pode ter uma recepção ao nível da do ex-marido de Luciana Abreu…
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Uma coisa é certa, Jovane já está no plantel, enquanto o ingresso de Fran Navarro nos descarnaria a carteira ao “som” de 6,5M€.
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Ainda sobre o “señor” Navarro, ele é um avançado-centro competente, mas o seu “quilate” faz-me lembrar dos tempos de Paulo Bento (um tema recorrente nesta prosa…) em que o Sporting se reforçava(…) com “reforços” com nomes como Koke, Mota, Rodrigo Tiui, Alecsandro, Pinilla, Carlos Bueno, etc. “Déjà vu” desse género, dispenso-o com muito agrado.
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Na minha observância, o que o Sporting imprescinde, é de um “6” que liberte Ugarte para ser o “8” titular. Precisamos de um St. Juste saudável a titular. E precisamos que Ricardo Esgaio e Luís Neto fiquem na bancada.
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Além do mais, é evidente (para mim, um quasi-leigo) que contra equipas “grandes“, não podemos jogar de início com 2 laterais ofensivos (Porro e Reis) sem que tenhamos um “6” de raiz.
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Enquanto continuarmos a pressionar pelas alas mas deixarmos uma “clareira” à frente dos centrais, vamos continuar a ser “papados” por equipas que façam diagonais nas traseiras do nosso “8“.
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Até este leigo percebeu isso, e percepcionei-o antes sequer da época começar. DEUS nosso Senhor deu-nos olhos, cérebro e capacidade de raciocínio dedutivo e extrapolatório por alguma razão.
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Tem sido mencionado nos “mentideros” (ou não) nas horas mais recentes, que Arthur Melo da Juventus (e ex-Barcelona) poderá vir reforçar o Sporting. Se estiver saudável e empolgado, seria muito possivelmente, o nosso reforço mais diferenciador desde que Pablo Sarabia “aterrou” em Alvalade, curiosamente, chegou faz hoje (31 de Agosto) precisamente 1 ano.
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Arthur Melo sim seria um “continuador” à altura da grandeza de Matheus Nunes. Ele sim, e não os Alexandropoulos desta vida.
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Escrevem-se (de forma discreta e incredível) por estas horas (de desesperança) que o negócio terá “emperrado”, mas de Itália surgem soídos de que a transação ainda “respira”. Tenhamos esperança de que ainda aí venha essa “bomba“.
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Faz hoje precisamente 9 dias que escrevi (AQUI), e passo a citar-me: “Leva-me a recear que até 12 de Fevereiro de 2023, vamos ter que levar com “media scrums“, comunicados, “tweets” e editoriais do Dr. Varandas e de Miguel Braga (Director de Comunicação) a “acirrar” (e a “acicatar”) os nossos nemesis, e com os resultados brilhantes que daí já extraímos na época transacta…”
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E não é que desde o Dragão já comunicámos (para as bancadas?) que vamos agir disciplinarmente contra Pepe, que ponderamos processar Islam Slimani, etc? Isto parecem, tácticas de “relações públicas” e de “spin“, repito, p-a-r-e-c-e-m.
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Quem nos dera que o Sporting investisse mais no Futebol e menos no Jurídico e na Comunicação. Queremos é golos e vitórias, os processos e comunicados não nos proporcionam a mesma satisfação.
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Se querem adocicar o “chá” leonino, usem mel e não “edulcorantes”, se faz favor. Que eu saiba, não somos uma firma de advogados, nem uma agência de comunicação, nem um “albergue” para psicólogos ineptos e introversos.
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Há muitos anos, um advogado que me representou – e que inclusive, também chegou a ser advogado de uma SAD Lisboeta – disse-me, “Santiago, no Futebol só mudam as moscas…“.
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E realmente, os anos passam, os Presidentes mudam – mas curiosamente, os Departamentos Jurídicos são quase sempre os mesmos… – mas o Sporting parece “aferrolhado” nesta mentalidade de ameaçar e processar tudo o que mexe (com desagrado).
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Quase que parecem “manobras de distração“. Se tal fosse o caso, isso significaria que aquilatavam em muito “baixa roda” a inteligência da massa adepta com esta “comunicação para as bancadas“. Eu já andei em muitas campanhas políticas, e por vezes observo certas “comunicabilidades” que me parecem saídas das… “ligas amadoras“.
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Nós queremos (!!!) é bons jogadores, treinadores e administradores, e não andarmos a regozijar com mais uma queix(inh)a-crime contra este e aquele. Lamento, mas isso é comparar Pizza com brócolos a vapor, ou Carolina Patrocínio com Ana Gomes.
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Lamento, mas nem 200 processos (que % deles ganhou este Departamento Jurídico nos últimos 20 anos???) nos recompensam uma única singular derrota sobre os relvados.
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Costuma-se dizer em Santo André, que “a burrice é um fraco substituto para a inteligência“, da mesma forma, eu “brado” que 10 processos-crime não valem nem um remate desajeitado à baliza.
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Tirem a mente do DIAP e metam-na antes em Alcochete. “Alimentem” os sócios e não os causídicos. E quiçá, se calhar, os próximos reforços a adquirir deviam antes ser os responsáveis pelo “scouting” do Famalicão e do Braga.
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De qualquer forma, se sentem prejudicados, acho que fazem muito bem em processar, mas façam-no de forma discreta, não sintam essa necessidade de “ventilar” tudo cá para fora, como que se processos-crimes servissem de “aconchego” para os fracassos desportivos. Não nos “insultem” mais…
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Eu sou um homem simples, se eu quiser “conforto“, vou (ou ia) ao El Corte Inglês comprar uma caixa de chocolates, não vou à PSP apresentar-me ao Comandante como um lamechas que se “esconde” atrás de outros, ou que deseja que terceiros travem as minhas “batalhas“.
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Eu sou algo “retrógrado“, e sendo assim, essas lamentações para mim, são uma atitude muito pouco “à homem“.
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Pedi, sugeri e implorei que no pós-espalhanço no Dragão, era importante que a comunicação se remetesse ao silêncio. Mas continua o “modus operandi” habitual, e o Director de Comunicação Dr. Miguel Braga (que não conheço de parte alguma, nem lhe movo qualquer inimizade ou animadversão, até porque, de certo ponto, “dependo” da sua munificência) lá continua a aparecer às Segundas-Feiras na Sporting TV (raramente vejo televisão, excepto a BBC News) com a “lengalenga” do costume. MUITO(!) pouco cativante.
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E ele prossegue a servir (aparentemente) como uma espécie de “Pára-Raios” desta direcção (na qual não votei, tal como não votei contra ela) fazendo o seu papel.
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Desempenho esse, que aparentemente, é o de(tentar) mudar a temática da “Vox Populi“. E por isso, em vez das aziagas derrotas, preferem antes contar-nos a “narrativa” de que grande maroto esse Pepe na realidade é. Lamento, mas se é para fábulas, prefiro a do “Menino da Mata e o seu Cão Piloto“.
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Quando irão as “altas (e doutas) mentes” em Alvalade aprender que ruído em excesso, só distrai (e desculpabiliza) os jogadores? Enquanto esses excessos de garrulidade não forem refreados, suspeito que sazonalmente, o Sporting vai continuar a… “arder”.
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Parque das Nações,
Quarta-Feira, 31 de Agosto de 2022,
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Texto: Santiago Gregório Fuentes.
Imagem: Direitos Reservados.
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Post-Scriptum: Sebastián Coates renovou. Todos esperamos que assim, ele se sinta acertadamente motivado, e por conseguinte, consiga regressar ao nível (elevadíssimo) que nos aportou em 2020/21. Porque o Coates destes últimos 15 meses tem sido marcadamente inferior e manifestamente insuficiente para as nossas ambições desportivas, infelizmente.
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