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Bem…
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O meu nome não é “Nostradamus“, nem tão-pouco é “Gabriel García Márquez” (quem nos dera a todos ter “Shakira Isabel” como musa…), e no entanto, se leram o que eu escrevi nos últimos 2 meses AQUI, AQUI e AQUI (e muitos mais exemplos houve de “antevidência”), até parece que sou/fui presciente. Inclusive, até escrevi há um mês uma carta (AQUI) ao Presidente do Sporting, a alertá-lo para a “crescente” falta de competitividade do projecto que é o Futebol Feminino do Sporting.
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Essa minha “previdência” não requer quaisquer talentos… parapsicológicos, apenas um par de olhos e um cérebro para memorizar factos auto-evidentes e depois “computar” de forma racional e extrapolar.
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Uma coisa é certa, se esta equipa continuar com este nível de “incompetência“, as bancadas de Alcochete e Alvalade irão de facto dar-lhes… uns “Cem Anos de Solidão“.
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Um dos axiomas mais velhos no Boxe, é que “os estilos determinam os desfechos dos combates“. Melhor escrevendo, lá porque o “Pugilista B” vence o “Pugilista C” e o “Pugilista A” vence o “Pugilista B“,isso não quer necessariamente dizer que o “Pugilista A” irá vencer o “Pugilista C“.
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Mas, o que as estatísticas nos diziam nesta Supertaça, é que o Sporting tinha ganho ao Famalicão por 2-0, depois o Sporting de Braga ganhou a esse mesmo Famalicão também por 2-0, mas esse Braga tinha perdido contra o Benfica por 3-0. Portanto, tudo isso adicionado, e as expectativas racionais não podiam ser auspiciosas.
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Eu compreendo que alguns adeptos (e adeptas) do Sporting possam ter ficado… “cabreados” com a goleada sofrida em Leiria, mas ela era expectável, talvez não(ou talvez sim) pelos algarismos verificados, mas somente os “ilusionados” podiam esperar outro desfecho.
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Reparem, o Sporting não vence o Benfica desde 26 de Setembro de 2021, tendo desde então nós somado 3 derrotas em 3 clássicos. Marcámos-lhes apenas 2 golos e sofremos 8 tentos. Depois de termos perdido com “elas” a 6 de Fevereiro e a 8 de Maio, na minha opinião (que penso ser pacífica entre os lúcidos), o Sporting ficou mais fraco durante o defeso, enquanto o Benfica ficou mais forte.
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Ora… se perdemos por 3-1 a 8 de Maio e desde então, nós “mirrámos” e elas se “agigantaram“, que razão lógica me levaria a crer numa vitória em Leiria? Nenhuma! Já escrevi repetidamente, que Portugal só tem 3 jogadoras de elite, e são elas (na minha opinião): Francisca Nazareth, Carole Costa e Lúcia Alves. Sabem onde estiveram essas 3 nesta passada Sexta-Feira? A jogar pela equipa que nos goleou.
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Também já escrevi reiteradamente, que uma equipa na qual Alícia Correia, Joana Martins e Rita Fontemanha têm lugar como titulares, é uma equipa que por (minha)definição não é competitiva o suficiente para almejar a conquista do campeonato nacional. E aos 3 nomes supramencionados, talvez adicione os de Carolina Beckert, Diana Silva(sim, sim), Ana Capeta, Ana Borges(sim, sim), Brenda Pérez e Hanna Seabert.
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Para mim, de momento, o Sporting só têm três jogadoras que me enchem as medidas, e são elas Cláudia Neto, Bruna Lourenço e Chandra Davidson. É em redor dessas 3 “pilares” que o Sporting deve construir o seu projecto desportivo para os próximos anos, e não andar a renovar contratos com Ana Borges e Rita Fontemanha, como inusitadamente fez entre Janeiro e Abril.
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A hecatombe em Leiria irá promover mudanças no plantel até 1 de Setembro? Duvido, posso estar equivocado, mas duvido. Quer-me parecer que o estado actual do projecto se deve a uma de duas razões: 1) Não há dinheiro para reforçá-lo, ou 2) Quem de direito diz ao Presidente que “tout va bien!!!“.
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Eu ao longo dos anos alertei, escrevi e falei, etc com vários Presidentes, e quando o fiz, fi-lo na condição de associado. E na minha experiência, os Presidentes, talvez, talvez porque não se estão para chatear, preferem confiar(o que é legítimo) nas opiniões dos seus subordinados em vez de ouvir os sócios. Possivelmente, o que acontece é que o Dr. Varandas fala com o seu “homme de main“(Tomaz Morais) e a sua “femme de main“(Mariana Cabral), e eles em uníssono lá lhe asseguram que “está tudo bem“.
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Provavelmente, o “bom Doutor”, depois da “desonra em Leiria”, terá ficado a pensar que é caricato, que um comum(embora atento) sócio(como eu) tenha previsto aquilo que os seus treinadores e directores não predisseram. Na minha experiência a lidar com dirigentes, é sensato por vezes eles ouvirem as “vozes de fora“, pois as “vozes de dentro” geralmente… são como aquele telefone que o Professor Pardal inventou para o Tio Patinhas, e que só tocava para dar boas notícias.
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Isto faz-me lembrar o meu primo Manel Victor de Nabais, que quando abria a caixa do correio e via que tinha lá contas para pagar, ele fechava imediatamente a caixa “a sete chaves” e nunca abria esses envelopes. E eventualmente, tinha que ser a esposa dele a ser a adulta responsável e a ler toda essa correspondência maçante. Não, não tenciono contrair “matrimónio” com o Dr. Varandas, e muito menos, pagar as suas contas.
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Na minha estimativa, Alícia Correia de momento não tem condições para ser titular no Sporting. Em circunstâncias normais, o Sporting renovava com ela e emprestava-a para poder jogar e evoluir num Clube com menos pressão e ambição. Mas… criou-se em redor da Alícia esta “narrativa” de que ela é alguma espécie de “fenómeno” (quem nos dera..) que tem um determinado valor futebolístico, etc.
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Ela foi “embalada” pela “imprensa amiga“, e até se tornou uma “habitué” nas convocatórias da incompetente(na minha opinião) “Team Mónica“. Agora, quem é que vai dizer a uma jogadora da Selecção Nacional A e “querida da imprensa” que ela não tem valor para ser titular num Clube que já nem sequer é Campeão há 4 anos? Ter-se-à criado uma “Monstrinha”?
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Rita Fontemanha não tem(há anos) qualidade para ser titular no Sporting, os dois treinadores anteriores perceberam isso, mas Mariana está a insistir (ou se calhar, porque não tem outros “ovos“) na Cedofeitense. A Nortenha talvez tenha o “músculo” (ou “Aço”) que Mariana procura e que a equipa necessita(e carece mesmo), mas o problema é que Rita já não tem nível (ora porque regrediu, ou porque a concorrência cresceu) de há 6 anos. Chega ser confrangedor vê-la a tentar “roubar” a bola a Cloé Lacasse.
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Ana Borges já deviam ter começado a “desligá-la” há 12 meses e gradualmente inserir a sua “herdeira”. A questão é quem iria ser essa sucedânea? Marta Ferreira? Ana Teles? Ambas boas jogadoras, mas sem orçamento, vamos ter “petit-déjeuner” de pão com chouriço em vez de Delícias Folhadas… (porra, logo hoje que estou de dieta…)
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Quando uma das melhores unidades do Sporting é uma ala(Borges) de 32 anos com (agora) aparentemente já com algum “pendor para as lesões“, está tudo dito. Ana foi uma grande jogadora, simplesmente está na reta final do seu auge. Algum atleticismo e tecnicismo continua lá, mas o corpo está no limite e um colectivo não pode “subordinar-se” a uma jogadora assim. Devemos estar gratos a Ana, mas ao mesmo tempo, não ficarmos apegados a ela para além do seu “prazo de validade“.
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Mas, atenção. Tivemos alguns desaires nos últimos anos, e embora obviamente caiba à Capitã (Borges) vir dar a cara pelo grupo e se necessário pedir “desculpas” e “arregimentar” as “tropas de adeptos” em redor da equipa, ainda assim quero publicamente elogiar Ana Borges por (mais uma vez, infelizmente foi necessário…) ter vindo dar cara.
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E devemos dar valor a esse grau de “hombridade“, pois nos últimos 2 anos tivemos algumas “vaidosas” e “coladoras de cartazes” que afiguraram-se mais interessadas em “vacuidades” e na “espuma dos dias” do que em trabalhar e respeitar os associados. Felizmente, esses “maus elementos” já foram “enganar a humanidade” para outras bandas a Leste de Badajoz, e não deixaram quaisquer saudades, até porque no Jamor, aparentemente, continuam a ser “mimoseadas” como se fossem “Laudrup” e “Maldini“.
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Carolina Beckert é um bom projecto de central, mas parte do aclaramento para a falta de luta deste Sporting, é a quantidade de “projectos” que conseguem ser titulares. Alícia Correia, Carolina Beckert, Joana Martins… o XI titular aparentemente é tão “fraco”, que essas 3 simplesmente “entram” sem qualquer dificuldade. É sintomático do quão pouco competente/competitiva esta nossa equipa é em 2022.
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Joana Martins é boa jogadora, simplesmente não tem “corpo“, e eu já em inúmeras ocasiões mencionei que parte do sucesso das “vermelhas” se deve a terem uma equipa fisicamente muito mais dinâmica. Quantas vezes mais temos que ver Jéssica Silva ou Lúcia Alves a ligar o “Turbo” e a deixar Alícia ou “Joaninha” nas “couves”???
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Ou Andreia Norton a “muscular” Alícia para um cantinho? Se a minha hiper-acuidade visual não me engazupou, eu até vi Jéssica Silva sozinha a “dominar” Alícia e Joaninha ao mesmo tempo. Ou Vera Cid (mais um “projecto”) a tentar “conter” Pauleta?
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Não sou grande fã de Diana Silva e Ana Capeta, pois para mim, nenhuma das duas é particularmente evoluída do ponto de vista técnico, mas por mim, faz sentido tê-las no plantel, pois Diana dá-nos muita velocidade, e Capeta pressiona imenso e aporta-nos alguma fisicalidade. Portanto, seja para serem titulares ou para virem do banco, por mim, são bem-vindas. Só não sei se uma equipa com essas duas a titulares será competitiva o suficiente para lutar pelo campeonato. Todos os nossos problemas fossem essas duas.
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Relativamente a Brenda Pérez, depois de Leiria, como diria Fernando Pessoa, “estou triste mas feliz“. Fiquei feliz pois na última época, fiquei com a ideia de que Brenda fez “ronha” na 2ª volta e em parte por causa dessa “escabiose” a equipa foi perdendo qualidade. Mas agora, começo a ficar com a ideia de que Brenda não fez “sarna” após o Natal, o que me deixa feliz mas triste, pois aparentemente, o problema é mais difícil de solucionar. Entre Agosto e Outubro de 2021 Brenda era uma craque, mas depois, foi perdendo a sua eficácia e eu acho que o “impedimento” é porque as “latagonas” adversárias já a “toparam”.
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Em Leiria vi Brenda a tentar lidar com Pauleta, Jéssica, Andreia e Ana Vitória, e sabem o que me fez lembrar? Um jogo em Abril de 2012 em Stamford Bridge em que Xavi e Fabregas levaram (literalmente) com Lampard, Obi Mikel, Ramires, Drogba, Raul Meireles, Branislav Ivanovic, John Terry, Ashley Cole e Gary Cahill. Ninguém questiona a qualidade técnica de Brenda (ou de Xavi), mas quando “engolfados” pelos “matulões”/”matulonas”, o “Tiki-Taka” engasga-se.
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Por que razão, contra as calmeironas encarnadas Mariana deixa Melisa Hasanbegović e Chandra Davidson no banco? Não sei. Mas de uma coisa eu estou certo, no que a Futebol diz respeito, Mariana Cabral detém “superioridade intelectual” sobre mim, e por isso, mesmo quando não entendo, ainda assim, respeito e presumo que existam pretextos válidos. Somente os burros é que pensam que os treinadores são (ainda)mais burros do que eles. Se querem burros, vão antes a Reguengos de Monsaraz…
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Eu presumo que Melissa não encaixa do ponto de vista técnico do que Mariana pretende deste 3-2-3-2, mas deixar Chandra no banco é curioso, a menos que esteja ela esteja “tenrinha” de alguma lesão. Afinal de contas, a “bombardeira loira” foi “apenas” a nossa melhor jogadora na época transacta quando jogou quase 30 jogos. Quiçá, se a trintona Borges não se tem lesionado, Chandra nem sequer teria vindo do banco.
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Por que razão Chandra entrou para lateral? Não sei, mas mais uma vez, confio na treinadora, embora, confiar nalgo que não se entende só pode ser descrito como um acto de fé, e eu prefiro continuar a dar primazia à ciência.
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O que leva Mariana a apostar em Alícia em vez de Fátima Dutra? Também não sei, e para mim, Fátima é inequivocamente melhor jogadora. Não por uma tremenda margem, mas é. Aliás, fora dos “3 grandes“, é argumentável de que Fátima era a melhor lateral esquerda disponível no mercado, e no entanto, não joga. Será que o (meu ex-vizinho) Islam Slimani também pode ir ao Twitter explicar isto?
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No que diz respeito a Hannah Seabert, não sei se ela é boa guarda-redes (ou a ideal para este modelo de jogo), ou se foi sensato apostar nela em vez de Doris Bacic. Depende, se Hannah for a jogadora que eu vi na época passada, então para mim, ela é inferior a Doris (com quem simpatizo pessoalmente), mas, mas… se Hannah for recorrentemente a GR que vimos em Leiria, então entendo perfeitamente por que razão Mariana “gosta” dela, e diria que em parte, é a mesma razão que leva Mariana a deixar Melissa no banco.
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Façamos votos de que ela não seja uma jogadora de “engate” que simplesmente “engatou” na Sexta-Feira. Se as suas qualidades(diferenciadoras) forem estas, então com Mariana será quase sempre titular.
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Pela positiva, já tinha escrito em semanas anteriores que Bruna Lourenço era das minhas jogadoras preferidas e que tinha evoluído nas últimas época, e pelo que vi em Leiria, a evolução segue em curso em 2022/23. Bruna não é uma “Carole” nem uma “Nevena“(“l’absence rend le coeur plus affectueux...”), mas é titular de pleno direito, e uma das poucas “luminárias” neste conjunto.
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É certo que sofremos 4 golos com Bruna como “Xerife“, mas na minha óptica, isso teve mais a ver com a presença em campo de Alícia, Fontemanha, Beckert e Joaninha. E o facto da “equipa das projectos” ter rebentado (física e psicologicamente?) no prolongamento também não ajudou. Bruna é uma “jogadora de estrutura”, que fique muitos anos e metam boas jogadoras em redor da sua (e de Chandra e Cláudia) “espinha”.
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Cláudia Neto jogou bem, mas não excepcionalmente bem. Isso diz tudo sobre a sua classe, que mesmo quando ela joga (“apenas”) bem, eu fico (ligeiramente) desiludido com a Portimonense. E diga-se, não é apenas a técnica, a intensidade de jogo, a qualidade no passe e o seu “QI Futebolítisco“, pois mesmo com 34 anos, Cláudia ainda tem uma capacidade atlética apreciável. As “pequenas“(em traquejo e em fisionomia) que a observem: como treina, como se alimenta, como se cuida, etc. Grande jogadora(!) mesmo em jogos menos exuberantes.
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Aos 83 minutos saiu Joana Martins e entrou uma menina de 17 anos chamada Andreia Bravo. Outro “projecto”? Sim, mas esta não é como a maioria, há ali um “je ne sais quoi“. Ainda é uma menina, mas já tem bom corpo (1,71 e 62 quilinhos), e ou muito me engano, ou depois de Andreia Jacinto, está ali a próxima grande pérola da nossa formação.
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DEUS queira e Mariana assim o permita, Andreia Bravo talvez venha a “desalojar” Rita Fontemanha do XI titular a muito breve prazo. Não se equivoquem, Andreia Bravo vem aí! É uma questão de tempo até ela se “emancipar” e assumir o seu “posto” na nossa equipa.
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Igualmente por um prisma positivista, devo escrever que na globalidade, gostei do que vi nos primeiros 90 minutos deste clássico. E para o Sporting conseguir “aguentar” o Benfica durante tanto tempo, é indicador de uma equipa limitada mas cujo potencial estava/está “espremido” até ao limite para fazer frente a uma equipa superior em quase todos os sentidos, pelo menos, a nível de individualidades. E isso é dedo(ou 10 deles) da Treinadora.
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Num “pormaior” extra-Sporting, ontem (Domingo) vimos o (feliz)regresso aos relvados de uma das maiores estrelas do Futebol Lusitano. Beatriz Isabel Cameirão (Marta Ferreira também regressou) entrou em campo em Albergaria-a-Velha ao som dos sintetizadores de “The Final Countdown” dos “Europe“.
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Eu até já tinha ouvido dizer que “Bea” se tinha tornado uma eremita no Monte do Bussalfão, mas felizmente, os seus tonificados Gastrocnémios e tendinosos Poplíteos vão continuar a “graçar” os relvados nacionais. E não, eu não estou “mandatado” para falar/escrever bem da jovem Cameirão, isso é mesmo inteiramente mérito “d’elle-même“, eu limito-me a “espelhar” a realidade. Mas atenção, “mandatados” é coisa que não falta na televisão Portuguesa.
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Beatriz Isabel é uma craque (dentro e fora de campo), e nesta “iteração” Damaiense, a “Mastim do Alentejo” irá jogar como “10“, e já ontem jogou muito bem. E é pena que não tenha vindo antes reforçar as “Leoas”, pois ter Beatriz e Cláudia nas costas de Brenda seria um belo meio-campo.
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“Bea” para mim não é menos do que a 3ª melhor Média-Centro do País, com apenas Claúdia Neto (já retirada da Selecção) e Andreia Jacinto à sua frente nessa “hierarquia”. A ver vamos, quando é que as grandes “cabeças do Futebol Português” na Cidade do Futebol a chamam à Selecção Principal (e não à Sub-23).
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Quando Andreia Jacinto se lesiona antes do Euro, e ainda assim, Beatriz não foi chamada, isso dá que pensar, uma pessoa até poderia teorizar que no Jamor são uns incompetentes, mas duvido, pois essas até são as mesmas pessoas que afirmam(com erros gramaticais) nas redes sociais serem “peritos em liderança“… Já um velho jornalista desportivo de Filadélfia nos anos 90 costumava dizer “O talento fala! Não precisa de ser publicitado…”
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No que concerne à cobertura televisiva do Clássico em Leiria, devo escrever que fiquei fisicamente doente, agoniado do esófago e com uma ligeira enxaqueca. Tal maleita foi devido à suposta “imparcialidade” dos comentadores, cujo estilo “oscilou” mais do que a irrevogabilidade do Dr. Paulo Portas. Nem sei os nomes, mas um deles parecia ser da “Liga dos Últimos“, outro parecia ser da “BTV“, e outro.. bom, eu já ouvi advogados defender os seus clientes com menos entusiasmo do que esse comentador audivelmente “promovia” as jogadoras do Benfica.
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Inclusive, cheguei a ouvir “Kika é Benfica!! Kika é Benfica!!!” Sinceramente, a “excitação“, as “odes“, e os “floreados” foram tantos, que a dada altura lembrei-me dos tempos em que Amália Rodrigues dedicava canções a Eusébio, ou quando Manuel Alegre (creio ter sido ele) escrevia poesia em que comparava Pedro Barbosa com as marés do Atlântico.
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Por uma questão de “higiene intelectual” (quer-me parecer que há ali muita “poluição“…), irei abster-me de voltar a ver tal canal com o som ligado. Particularmente, quando aquele comentador pançudo (a sua voz “afervorada” quase me deixou com urticária…) começa a ficar “estimulado” cada vez que a agenciada (pelos meus vizinhos) da Gestifute toca no esférico. Nem na Babilónia as “jogadoras” faziam os homens esganiçar-se tanto.
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O Dr. Varandas e Miss Mariana têm aqui um problema digno da Monarquia Francesa. Querem ganhar (supostamente), mas querem sustentar essa ambição sobretudo com um orçamento “low-cost” suportado com uma aposta (excessiva?) em gaiatas da formação.
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Pois… a plebe Francesa também se queixava de não ter dinheiro para comprar Pão, ao que a Rainha-Consorte Maria Antonieta alheada da realidade (também ela não ouvia os “sócios”??) lhes respondia, “comam antes bolos!!!“. Pois, querida Rainha-Consorte. Todos nós temos “fome” (de títulos), o problema, é que com as “carcaças” Alícia e Joaninha isto não vai lá, e “Brioches” como a Andreia Bravo não surgem todos os anos na “Confeitaria d’Alcochete“…
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Já escrevi várias vezes, que não faz qualquer sentido esperar que a equipa de Mariana Cabral lute (verdadeiramente) pelo campeonato, mas, ainda que o insucesso em Maio seja praticamente certo, há níveis e graus diferentes dissemelhantes de fracassos. Afinal de contas, uma coisa é terminar a 1 ponto das Campeãs, e outra é terminar uma dúzia de pontos atrás delas.
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Relativamente a isto, uma treinadora sensata (como Mariana seguramente é) diria que temos que “ir de jogo a jogo“, e relativamente a isto, gostaria de mencionar um pedacinho de “Filosofia Militar“.
Em tempos idos, houve um General do Exército Americano chamado Creighton Abrams que comandou na Guerra do Vietname, e para a maioria dos “casuais” provavelmente é mais famoso pelo facto do Tanque de Guerra “M1 Abrams” ter o seu sobrenome como alcunha.
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O general Abrams quando percebia que tinha pela frente muitas batalhas, ele pedia sempre aos seus soldados para se focarem em cada uma delas individualmente e sem pensarem no que estaria para vir para além do próximo combate.
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E foi assim que ele cunhou a sua célebre frase “quando estiverem a comer um elefante, dêem uma dentada de cada vez“. Ou seja, a Guerra ou o Campeonato pode parecer atemorizador se encarado no seu todo, e por isso, as “jogadoras-soldadas” devem dar ouvidos a Mariana e “morder” um jogo de cada vez, e com todas as suas forças.
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E depois, depois como diria o poeta, “o amanhã cuidará do amanhã“.
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Parque das Nações,
Segunda-Feira, 29 de Agosto de 2022,
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Texto: Santiago Gregório Fuentes.
Imagem: Direitos Reservados.
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