Muitas Luas atrás, quando Diogo Viana era jogador do Futebol Clube do Porto, eu perguntei-lhe quem é que mandava no Futebol de Formação do FC Porto, perguntei-lhe se era o Professor Luís Castro(um verdadeiro “Gentleman”), e a resposta dele foi, “não, mano, é o Pinto da Costa!“. Que eu saiba, quem “manda” no Futebol Feminino do Sporting Clube de Portugal é o Professor Tomaz Morais e a “Miss” Mariana Cabral.
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Com Mariana simpatizo(como pessoa, e como “gestora de recursos humanos”), já sobre “ele”, pouco sei, apenas que costumava participar num arlequinesco programa(horrível para além de palavras) na TVI. Na verdade, quase tudo o que TVI produz é “intragável”, pelo menos, para o meu paladar. Mas a verdade, é que talvez eu não seja a sua “target audience“, afinal de contas, eu mal sei fazer sopa, e nada percebo sobre madeixas…
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Mas presumo, que malgrada(ou não) essa minha interpretação sobre quem administra o projecto, ainda assim, presumo que esses dois têm que se submeter a directivas que vêm de cima, venham elas de Frederico Varandas ou de Francisco Salgado Zenha (conheci o seu Pai nos anos 80, uma pessoa muito correta, e presumo que o filho não tenha caído longe da “Macieira”).
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No fundo, o que estou a querer escrever, é que suspeito que Morais & Mariana (parece o nome de uma agência de detectives…) administram a Direcção Técnica do “empreendimento”, mas ainda assim, têm que o fazer dentro de parâmetros financeiros vindos dos seus superiores hierárquicos.
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Esta “empresa” do Futebol Feminino no Parque Natural do “Serengeti de Alcochete” “zarpou” a 25 de Julho de 2016, e na altura, devido em grande parte a um super investimento(natural no início na fase de implementação de qualquer projecto) e uma ausência de opoentes, o Sporting teve uma entrada à Leão, perdão… “à Leoa!”, e com alguma naturalidade, conquistou logo os dois primeiros campeonatos entre 2016 e 2018. Porém, desde Maio de 2018, nunca mais “cheirámos” o campeonato.
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Quando a NASA foi criada em 1958, o seu lema era “Para o Benefício de Todos“. Mas, pelo que sei, o lema inoficial dos últimos anos, tem sido mais… “fazer mais com menos(dinheiro). O problema, é que para se fazer mais com menos, é capaz de ser necessário alguém como um Fritz Todt(as minhas desculpas pela sugestão controvertível), Lee Iacocca, ou alternativamente, aquele personagem(Spock) interpretado por Leonard Nimoy, pois suspeito que qualquer um dos 3 seria bem adestrado na área da Lógica Organizacional, faculdade essa necessária para produzir mais com menos recursos.
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Que eu saiba, nem Morais nem Mariana, alguma vez tentaram inculcar a fosse quem fosse a sua genialidade. Embora, na minha opinião, durante a 1ª volta da última temporada, Mariana chegou a parecer uma génio na vertente táctica.
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Quanto ao resto, não sei até que ponto um projecto que começou a “soluçar” após a “coroação” de Frederico Varandas, não deva esses “singultos desportivos” a alguma espécie de “espartilhação financeira“. Se Mariana e Morais têm que ir trabalhar com uma “cinta” ou “corpete“, então, é natural que o projeto no seio(“no pun intended“) de todas essas agruras não consiga resfolgar, nem se exprimir na sua plenitude, artística e técnica.
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E considero provável, que o desinvestimento na NASA, em parte explique terem sido ultrapassados por projectos como a “Space X” de Elon Musk, e a “Blue Origin” de Jeff Bezos. Já por cá, o nosso infortúnio, é que a nossa “Blue Origin” surge trajada de vermelho, liderada pelo “avuncular” Fernando Tavares, e chama-se Benfica. E a nossa “Space X” tem sotaque Bracarense. E entre esses dois justadores, conquistaram todos os campeonatos desde o “nosso” aparente declínio em meados de 2018.
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Relativamente às saídas de algumas “pesos pesados” nestes últimos 2 verões, encaro-as com alguma naturalidade. Talvez tivessem contratos assinados pré-2018, talvez já não fossem elementos decisivos, talvez não estivessem comprometidas com o projecto, talvez não encaixassem nos aspectos técnico-tácticos que Mariana preconiza. Podem haver milhentos fundamentos, e eles não me suscitam qualquer desassossego. Nem a mim, nem a qualquer pessoa que alguma vez tenha tido que gerir um orçamento, o qual se baseia num simples sistema entre o que entra(produtividade) e o que sai(despesa).
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Neste “microciclo” de 25 de Julho de 2022, para este leigo, quer-me parecer, que as bi-Campeãs em título estão ainda mais fortes do que há dois meses, e “nós”, nós estamos nitidamente mais fracas. Daí, arrebato a percepção lógica, de que neste momento, estamos (ainda)mais longe de recapturar o título que nos “foge” desde 2018, e isso obviamente deixa-me moderadamente inquieto.
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A pré-época começou a 30 de Junho, e o “nosso” primeiro jogo “a doer” está agendado para 10 de Agosto, no entanto, para suprir as “pesos-pesadas” que saíram em Maio, onde estão as reforços? É certo que já entrou a alguém com o peso “Foremanesco” de Cláudia Teresa Neto, mas para além dela, tem-se visto algum “fermento comunicacional” típico das pré-épocas, mas se calhar, a adversidade primária, tem sido literalmente a falta de… “massa“, de “pasta“, de “cacau“. E assim, suspeito que Mariana, nem a mais humilde das omeletes futebolísticas vai conseguir aferventar.
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Por exemplo, a nossa melhor jogadora da última época, a infatigável Chandra Davidson, chegou a 6 de Julho de 2021. É por isso natural que os adeptos nas suas mentes estabeleçam um paralelo, e se questionem onde está a “nova Chandra”.
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A apolínea Brenda Pérez chegou de facto a 3 de Agosto, e na minha opinião, quando motivada demonstrou ser um “upgrade” relativamente a Tatiana Vanessa Pinto, mas, faço votos, de que esta época, ela e Mariana, deslumbrem a época toda, e não apenas até ao final do ano.
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Senão, os adeptos poderão ficar com a ideia, de que diminuta Espanhola, só “puxa pelo cabedal” para ir à Selecção Espanhola, e depois, entra em “piloto automático” até meados de Maio. No que a Diana Silva diz respeito, o seu ingresso deu-se logo no início de Maio de 2021. Portanto, por esta altura no ano transacto, já havia alguma satisfação e “ilusão” entre as hostes Leoninas.
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Além da Srª Neto, recebemos igualmente a Sra Fátima Dutra, e quero acreditar que ambas vão ser titulares, a menos que Mariana persista na “peso-pluma” Alícia Correia. Na verdade, tanto aguardamos ansiosos pela chegada da “Cavalaria” ao “Forte de Alcochete”, e as reforços têm sido tão poucas, que há dias eu até tive um “cauchemar” em que Mariana metia Rita Fontemanha no XI inicial, e que Ana Borges era titular indiscutível de Agosto a Maio. E logo agora, que eu já andava a sonhar a cores outra vez…
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De resto, vimos o regresso de Ana Capeta ao “Domínio das Leoas”, mas sem qualquer intenção de desplante, Capeta talvez fosse uma jogadora interessante para um Sporting desprovido de antagonistas à altura em 2016, mas agora, em 2022… com o Benfica e Braga a respirarem-nos em cima do ouvido, questiono-me se Capeta(e até certo ponto, Diana Silva) tem capacidade para ser mais do que uma mera opção vinda do banco.
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E, atendendo ao ostensível “abismo” qualitativo que nos separa das Bi-Campeãs, creio que precisamos é de “importar” mais titulares, mais “Netos”, e não jogadoras para compor o plantel.
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Não pude deixar de reparar que renovamos contrato com a central Bruna Ramos(17 anos), é uma medida compreensível, mas ainda assim, que me surpreendeu ligeiramente, pelo menos, neste momento, pois não sei até que ponto estará ali uma jogadora para o futuro.Mas um Clube que renovou com Diogo Brás em Junho de 2019(já com Varandas como “decisor máximo”) não me “flagra” que agora tenha renovado com Bruna. Que ela prove ser um melhor investimento do que Braz foi nestes últimos 3 anos(5…). Não lhe peço mais do que isso, e até estou a colocar a “barra” baixa, baixinha, baixíssima… Não escondo que tenho algumas dúvidas quanto a Bruna, mas é igualmente verdade que tem alguma qualidade.
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A comunicação do Sporting tem consabido dar “tempo de antena” a Inês Filipa Gonçalves, portanto, deduzo que ela irá configurar nos planos de Mariana.
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Mas se formos a perquirir o rendimento de Inês Filipa na última temporada já com Mariana como “mulher do leme”, verificamos que Inês somente jogou 100 minutos em toda a época para o campeonato, tendo marcado zero golos. O que é preocupante, para uma elemento que joga relativamente perto das balizas adversárias. Postes e traves essas muitas vezes à guarda de autênticas “popotas” acima dos 90(ou mais) quilogramas e desprovidas do atleticismo(e coordenação motora) para sequer dedilharem a trave.
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Seguramente, o Dr. Varandas fez um Juramento de hipócrates, e por isso, não deixará a “Rainha da Selva” à mercê de uma malvadez aterosclerótica só por motivos orçamentais. Se for para isso, então, dêem antes a Morais um bisturi, e ele que faça à Leoa uma incisão no maxilar, mesmo à frente da orelha canhota. A desencarnar, que seja uma “morte Romana”, e não o defiar agonizante dos últimos 4 anos.
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Ontem houve uma Assembleia Geral de Sócios. Pessoalmente, não vou a uma desde 4 de Outubro de 2013. E com o covid por cá a circular desde 1 de Março de 2020, a minha disponibilidade(e saúde) é cada vez menor, não obstante os bonitos “arraiais” de entretenimento que alguns “brunistas” por vezes vão providenciar ao “picadeiro” do João Rocha. Só me choca, é como Victor Hugo Cardinali ainda não lhes meteu um processo por concorrência desleal.
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A “TOVARISHCH” MÓNICA E AS “APPARATCHIKS” SELECCIONÁVEIS.
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A 2 de Setembro, a nossa “fracassante” Selecção Nacional Feminina irá defrontar a nossa congénere da República da Sérvia. E na minha perspectiva, é um jogo que temos perfeitamente “em mão”, ou dito de outra forma, está inteiramente ao nosso alcance, e devemos de forma honesta e imodesta assumir esse favoritismo e responsabilidade. Mas por favor, não com bazófias de que “vimos medo nos olhos delas“, até porque essa fanfarronice envelheceu depressa, e muito mal…
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Agora a questão, é se depois da estrondosa catástrofe que foi a nossa participação no Euro Feminino 2022, se a Sra Dra Mónica Susana Jorge, vai ter as… “glândulas” para começar a fazer uma “triagem”? “Casting” esse, em que as Marchões, Tatianas, Dolores, Patrícias, Borges, Dianas, e até Ineses, etc, começam a deixar de ser chamadas para nos representar a nós? Nós, os (supostos)”11 milhões“, nós os contribuintes que enchem o “mealheiro” da FPF ano após anos e consequentemente, nós que suportamos os ordenados dos seus colaboradores.
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Duvido, eu acho que Mónica Susana vai manter-se fiel ao seu “aparelho”, e preferirá cair sobre a sua “espada”(que não há maneira de ser desembainhada…) a esquecer-se das suas… “Camaradas”. É uma pena, é uma pena que o faça, e depois se queixe de não haver interesse generalizado entre a população no projecto que ela administra. Realmente, muita confusão naquela Direcção Técnica, que teima: teima na camaradagem, e teima em não compreender a falta de massa crítica. A alguém desatento, até poderia(ou não) parecer que alguém ali possa efectivamente sofrer de “compreensão lenta”.
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Afinal de contas, o que possivelmente mostraram Joana Marchão, Tatiana Pinto e Dolores Silva neste Europeu para continuarem a merecer a confiança de Mónica Jorge? Pelo menos dentro de campo, pouco mostraram. Obviamente, que no campeonato nacional contra os Famalicões e Torreenses, talvez essas jogadoras possam passar por Roberto Carlos, Iniesta e Busquets. Mas quando jogam contra o Benfica, ou até contra a Finlândia ou a Rússia, é tão, mas tão evidente que têm limitações. No entanto, a “Camarada Jorge” tem vindo a insistir nelas. Bem gostava de assistir a uma reunião do “Politburo” onde se decidem as convocatórias.
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Previsivelmente, o aparelho de propaganda do Canal 11 entrou em marcha para “defender” a Camarada Mónica, tentando estabelecer uma comparação favorável entre o Euro 2017 e 2022.
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Meus caros, eis então a(minha) comparação, e contestem-na se conseguirem:
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1) Em 2017 estivemos no Europeu de forma meritocrática e de pleno direito, enquanto em 2022, fomos a “reboque” do “saneamento” da Federação Russa.
E para quem desatento estiver, sabem quantas vezes a “Team Jorge” venceu a Rússia dentro de campo nos últimos 10 anos? N-E-M U-M-A Ú-N-I-C-A V-E-Z! É verdade, jogámos com as Russas 5 vezes e nem numa ocasião fomos capazes de as bater, e no entanto, o Canal 11 “enche o peito” de orgulho com a meritocracia com que fomos parar ao Europeu.
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Não admira que Maniche tenha feito alusões(gramaticalmente incorrectas) ao Senador Joseph McCarthy. Seja dito de passagem, eu penso que em termos políticos, Fernando Gomes e Mónica Susana nada têm em comum com o Sr. McCarthy. Embora, como eu costumo dizer, quando se vai demasiado para a esquerda, vai-se parar precisamente ao mesmo sítio daqueles que foram demasiado para a direita, daí(e somente por aí), eu até posso compreender a comparação.
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Aliás, como diria Sherlock Holmes, “eis agora os factos relevantes“: A Selecção Nacional Feminina defrontou a Federação Russa 9(nove) vezes, e perdeu 8 e empatou uma vez. Eu tinha vergonha de ter ido ao Europeu no seu lugar e depois ainda aceitar propagandear essa ignomínia.
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2) Em 2022 sofremos o dobro dos golos que sofremos em 2017.
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3) Em 2017 conseguimos ganhar um jogo. E não, a equipa(a Escócia) a que ganhámos não era inferior à nossa, estava sensivelmente ao nível da Suíça que recenemtene não conseguimos derrotar.
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A Dra Mónica e o Dr Fernando Gomes são tão gárrulos na presença dos microfones, que eu até seria capaz de jurar que um dos elementos dessa “bicefalia”, algures nos últimos anos, “prometeram-nos” que por esta altura estaríamos no Top 25 ou Top 20 do FIFA Ranking, mas a realidade, é que estamos no 30º. Não seria expectável que alguém colocasse o lugar à disposição?
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Eu gosto de jornalismo objectivo, e não de propaganda ou de relações públicas, e sendo o Canal 11 o órgão oficial da FPF, eu poderia ficar(ou não) com a ideia, de que “honestidade intelectual” vinda dali, seria como esperar que “O Avante” ou “O Militante” criticassem as prestações de João Ferreira nos debates em que participou em Janeiro de 2021. Pessoalmente, até achei que o Dr. Ferreira(em que não votei) esteve adequado e eloquente, pelo menos, nunca o notei evasivo, ao contrário de outras pessoas.
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Mas, a comparação talvez seja injusta, afinal, o Dr. João Ferreira é formado em Biologia numa universidade de prestigio, enquanto outras pessoas, quase parecem “personal trainers” glorificados a aviltrar sobre Futebol.
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Escrevi-o em semanas recentes, e agora, aqui o reitero. Eu da Selecção Nacional Feminina espero Futebol, talento, compromisso e atitude, e não propaganda e relações públicas. Senão, isto já parece aquelas conferências de imprensa pós-eleitorais do Bloco de Esquerda, em que mesmo quando só obtêm 3% dos votos, vêm sempre clamar alguma espécie de vitória.
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Os Portugueses já estão cansados disso. Disso, e de “Deputadas” com mandatos infindáveis. Não sinto saudades de Gilberto Madaíl(embora fosse cómico), mas gostava mais quando o “subsecto” que é o Futebol Feminino não parecia ser uma espécie de “braço desportivo” de uma ideologia política na qual os tais “11 milhões” não se sentem representados.
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Parque das Nações,
25 de Julho de 2022.
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Texto: Santiago Gregório Fuentes.
Imagem: Direitos Reservados.
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