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Querido Ronald William Miller
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Há muitos, muitos anos, Benjamin Franklin, um dos signatários da Constituição Americana, disse que “sem liberdade de pensamento não é possível termos algo chamado sabedoria, e as pessoas jamais serão livres sem liberdade de expressão“.
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E disse tudo isso, 2 séculos antes de George Orwell cunhar o conceito de “controle de pensamento” na sua previsão medonha de um futuro distópico em que todos seríamos obrigados a concordar uns com os outros, sob o risco de sermos “cancelados” por uns sátrapas de meia-tigela.
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1) À PRIMEIRA VISTA…
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A minha Mãe uma vez disse-me uma coisa que nunca mais me esqueci. Disse-me, que “há homens (e aparentemente mulheres…), que se tivessem poder, revelar-se-iam ainda piores do que Salazar.”
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Eu não tenho dúvidas, de que caminham entre nós mais uns quantos “Hitlers” e “Estalines“, a diferença é, que talvez não tenham carisma, capacidade comunicativa, habilidade política. E por isso, nunca chegarão às cadeiras nem rédeas do poder. O que não falta por aí, é gente ignorante, intolerante, hipócrita e mal-formada. Indubitavelmente existem por aí potenciais ditadores à solta.
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A verdade, é que eu não tenho posição no que diz respeito à questão do aborto, simplesmente não é um assunto que me ocupe a mente.
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Penso que a história demonstra que a liberdade é muitas vezes “uma faca de dois gumes”, pois quanto mais liberdade há, mais abusos são cometidos, e por isso mesmo, é natural que haja pessoas que queiram a liberdade de abortar, e existam outras que abusem desse privilégio.
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É normal que as mulheres “sintam” este assunto mais do que eu. Tal como os homens que perderam um filho para um aborto também o sintam com maior veemência. Nem eu, nem a minha irmã fomos “planeados”, e no entanto, estamos felizes por existir e de poder desfrutar de todas as maravilhas que esta existência nos tem oferecido.
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Como em qualquer outro assunto, se o formos a analisar de forma racional, existem prós e contras. E esses proveitos e contraposições debatem-se numa sociedade democrática. Até porque na escola ensinaram-me que “Democracia” vem do Grego “Demo“(Povo) “Kratia“(poder). É saudável que tanto o espectro político como o espectro de opinião, sejam tão amplos quanto possível.
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A minha bagagem ensinou-me que aqueles que habitualmente tentam censurar, silenciar, ameaçar e agredir os outros, como regra geral têm sempre o mesmo “impedimento”.
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Não é somente que não queiram, é que na maioria das vezes, também não sabem debater, e além disso, é intelectualmente mais acessível insultar ou ameaçar do que esgrimir argumentos sustentados por factos.
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Tudo isso dá trabalho, e as tiranias tendem a ser a província de pessoas que são alérgicas às elites do eruditismo. Seja onde for e quando for, é cíclico, os ditadores tentam sempre silenciar quem gosta de pensar pela própria cabeça. Aliás, é tão recorrente na política como no futebol.
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Todos nós temos aquela ideia da populaça dos tempos medievais que à noite percorriam as ruas a tilintar sinetas e com archotes em punho ameaçavam enforcar ou queimar vivos os supostos heréticos.
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Como regra geral, os indivíduos são cobardes, mas quando vêem passar a escória, pressentem que em grupo serão mais fortes e corajosos, e juntam-se à “cambada”. Já Orwell dizia “há força nas multidões“.
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Não consigo deixar de ver semelhanças nessas “canzoadas” de coléricos medievais, e as idiotas que hoje em dia “habitam” no Twitter e tentam cancelar socialmente toda e qualquer opinião contrária à delas, essas auto-ungidas sumidades intelectuais que se julgam a polícia da moralidade.
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Já o escrevi em inúmeras ocasiões, graças à estupidez emocional, e à “coragem das turbas”, nunca desde 26 de Abril de 1974 a nossa liberdade de expressão esteve tão periclitante. Marcello Caetano ficaria orgulhoso.
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Há muitos anos, Ronald Reagan disse “se o fascismo algum dia regressar, virá disfarçado de liberalismo“. Isto é como conduzir um Citroen Méhari num ETAR… se vamos demasiado à direita, levamos com merda, mas se formos demasiado à esquerda, também só é trampa.
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Friedrich Nietzsche escreveu, “cuidado ao perseguir monstros, também tu não te transformes num monstro“. E de facto, esses auto-intitulados “liberais“, “esquerdistas“, “progressistas“, “Trotskyistas“, etc. Vivem com um aparente fac-símile de… Esquizofrenia paranoide em relação ao fascismo ao virar de cada esquina. E que nessa tentativa de permanecerem vigilantes, são eles próprios que acabam por se tornar nuns… Estalinistas.
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Por alguma razão, politicamente, as coisas resolvem-se é ao centro, e não nas extremidades. Os “confins políticos” somente são apetecíveis para os incultos, os “arrivistas” ou para os “recém-chegados” a quem nas faculdades lhes meteram uma lanterna no cérebro.
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Nesta era moderna, parece que todos e mais alguns são alguma espécie de “activistas“. Não era assim no meu tempo (oh…). E não, eu nunca faltei a um dia de aulas.
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Ou melhor, não faltei para me ir manifestar, faltei para ficar em casa a dormir até tarde, o que provavelmente, foi muito melhor do que andar numa “manif” a sujar as ruas da “minha” cidade, e a impedir os outros de dormir.
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Mas, sim, hoje em dia, qualquer pessoa com um “pulpito” no Twitter, auto-entitula-se de paladino de algo. Uns são (ou alegam ser…) contra o racismo, outros contra o sexismo, outros contra o euro-cepticismo, etc.
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Respeito essas tomadas de posição, mas pessoalmente,considero-as muito entediantes, aliás, a maioria dos activistas, revelam uma tão grande falta de carisma e capacidade comunicativa, que não admira que nunca consigam mais do que enfastiar quem os rodeia.
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Pessoalmente, sou a favor do desarmamento nuclear, sou a favor da conservação do Elefante e do Rinoceronte Africano. E sou, fui e sempre serei, a favor do nosso direito constitucional de liberdade de expressão.
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Reparo que a maioria dos activistas é de esquerda, ou melhor, são daquilo a que eu baptizei de… “a canhota distante“. Mas eu apercebi-me há muito, que quanto mais as pessoas vão para a esquerda, mais elas se assemelham àquelas que foram demasiado para a direita… Pois tanto umas como outras, revelam-se totalmente intolerantes em relação a quem delas discorda. E essa intolerância manifesta-se através de tentativas de suprimir as vozes dissonantes e “pressionar” quem deles divergir. Noutros tempos, chamaríamos isso de… “totalitarismo“.
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Eu sei (ou julgo saber) o que é melhor para mim, posso discordar (e regularmente o faço) dos outros, mas nunca tento que ninguém “marche ao som da minha banda”, pela simples razão, que um Individualista como eu não quer saber do que pensam as outras pessoas.
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Enquanto as colectivistas querem que os outros sejam como elas. É a vantagem democrática do “egoísmo” e “sobranceria” dum Individualista, é que estamos focados somente em nós, e não nos outros. Os outros que cuidem de si, e que respeitem a “soberania” dos restantes.
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Não me interpretem mal, eu posso ser jocoso em relação àqueles de quem discordo ou não respeite, mas vai uma longa, alta e espessa diferença, entre fazer chacota e tentar abolir as crenças dos outros.
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Eles têm todo o direito de dissentir de mim, e eu tenho todo o direito de os escarniar ou de ter dó deles. É por isso (bom, isso, e as raparigas bonitas e a excelente comida) que vivo neste pequeno Paraíso à beira-Atlântico plantado, senão, mais valia eu ir viver para Cuba, Laos, Guatemala, China, Coreia do Norte, Rússia, ou Nicarágua.
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Por que razão alguém se considera capaz de decidir o que é melhor para o colectivo? Será que se submeteram a um teste que quociente de inteligência Stanford–Binet e ao descobrirem que são mais inteligente do que a maioria dos “humanoides”, sentiram-se imbuídos de um “complexo messiânico” através do qual se sentem compelidos a pensar pelos restantes, e forçá-los a submeterem-se à sua doutrina?
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Bem, se formos por aí, eu pessoalmente muitas vezes discordei do Professor Noam Chomsky, ele que é há muito um forte defensor de Liberdade de Expressão incondicional, inclusive para Nazis (e Chomsky é judeu).
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E o Professor Chomsky tem um QI registado em 198! No entanto, temos que levar com sopeiras, lavadeiras, cabeleireiras e pseudo-sociólogas no Twitter e nas caixas de comentários do Correio da Manhã a dizer-nos de forma “oxálica” que devemos “cancelar” quem delas discordar.
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Deveras curioso. Ainda se fosse um comício nos Paços do Concelho para discutirem Manolo Blahnik versus Jimmy Choo, eu aí, ainda poderia conceder-lhes alguma “autoridade intelectiva”, mas de resto… ao menos usem sal com baixo teor de sódio na Juliana e na Canja, se faz favor.
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Na minha direcção, as “portadoras-de-terrinas” devem poupar-se de mais empenhos, pois quando eu estou em casa, gosto de andar descalço em tronco nu e de cuecas, em toda a minha glória ventruda e hirsuta, portanto, por cá não há “Manolos”, nem “Jimmies”, nem “Louboutins”, nem Havaianas “by Gisele”.
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Em casa, ou ando descalço, ou com umas pantufas 44. Não tenho qualquer interesse nem nas opiniões, nem nas botinas das demais. Ide encarecidamente impingir vossos “tamancos”(sim, isto é uma figura de linguagem…) para outra comarca.
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Pouco neste Mundo mexe com as minhas emoções, excepto talvez um Elefante Africano bebé que ao espirrar se assusta a si próprio… Para um autocentrado como eu, é “escanifobético” que as pessoas se coloquem nessas “caixas” em que têm todas que ser a favor disto, ou contra aquilo. Temos? Porquê? Onde está isso escrito? Porventura será um dos 10 Mandamentos que Moisés trouxe do Monte Sinai?
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Se nem Deus, nem Chomsky assim o proferiu, então em que dimensão intelectual “pesa” isso mais do que uma esteticista a opinar sobre Astrofísica, ou uma Socióloga na CNN Portugal a “dissertar” sobre o poderio militar da Federação Russa? As pessoas podem falar, e eu posso mudar de canal para ver antes um documentário sobre Jack London.
Ideologicamente, eu acredito sobretudo em mim, e não em Costas ou Montenegros, até porque, com a excepção de George F. Will e o General Ramalho Eanes, os meus “heróis” já morreram quase todos.
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Mal de mim, no dia em que eu depender dos neurónios de terceiros. Um dia que indubitavelmente chegará, mas creio que não nas próximas 3 décadas, e espero que quando chegar, que para comigo sejam gentis, e não “MARXo-Fascistas“, uma “seita” que tem proliferado um pouco por todo o planeta desde que Bill Clinton (supostamente) saiu de cena em Janeiro de 2001.
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Nunca contem comigo para ir meter flores na campa de Trotsky. Cá para mim, os cemitérios são um desperdício, melhor seria se ali fossem antes plantar tomates, repolhos e beterrabas para alimentar os pobres.
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O povo está afaimado é por comida, e não pelas “tangas” de um economista fracassado que morreu na miséria, e que nos dias de hoje, só consegue “intrujar” uns xucros gadelhudos.
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Reparo que muitas pessoas andam sempre em pé de guerra relativamente ao meu vizinho “Acácio Ventura“. Eu não, e não é por concordar com ele, é simplesmente porque um egocentrado não quer saber daqueles que dele desarmonizam.
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Um individualista não tem como missão converter, “amordaçar” ou “cancelar” ninguém. Ele confia no seu cérebro e talento, e respeita ou ignora os outros.
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Pessoalmente, acho que “Acácio Ventura” é semelhante a várias vozes na “Distante Canhota”, no sentido em que ele é “chatinho”, repetitivo, previsível e pouco carismático. Ainda assim, não interfiro com ele. Mas atenção, no dia em que eu o apanhar no elevador sem máscara, irei na sua direcção de dedo (talvez o do meio…) em riste.
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Politicamente, penso que melhor me posso definir, como sendo mais liberal nuns aspectos, e mais conservador noutros. Não estou fidelizado a qualquer linha partidária, possuo latitude e maleabilidade para me abeirar ou “alargar” de qualquer uma pré-existente.
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Santiago obedece a Santiago, e no dia em que tal não for possível, mudar-me-ei sem hesitação para Ramatuelle na Côte d’Azur, e passarei os meus anos dourados na praia a ler biografias de Rommy Schneider, o que seguramente será menos nocivo para mim do que ouvir as opiniões da “rataria” que dança alegremente atrás duma Greta Thunberg, ou que pública 1001 tweets sobre o “Rock in Rio” e outros disparates que não fazem a Terra girar em torno do Sol.
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Qual é a diferença entre Passos de Coelho e a menina Thunberg? Intelectualmente, diria que é nenhuma, ambos tocam flauta e ambos sabem onde fica o abismo… simplesmente vêm numa “embalagem” de mercadologia diferente. Flauta? Eu prefiro o violino, sobretudo se for o de Bach.
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O que eu me apercebi há muito, é que muitas vezes, a estratégia de comunicação de uns a curto prazo, tolda-lhes a “execução” a médio e longo prazo.
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Portanto, o Sr. Miguel Milhão, proprietário da Prozis disse ser contra o aborto, e como resultado, a “brigada das nugativas” foi a correr para o Twitter para com um melodrama Macbethiano anunciarem ao Mundo (oh, o quanto ficámos cativados…) que doravante, nunca mais na Prozis um cêntimo gastarão.
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Que perfeitas míopes e acéfalas me saíram todas essas “Jocastas“, “Pandoras” e “Roxanas“. Se se limitassem a debates sobre unhas acrílicas e drenagens linfáticas, o quanto todos nós lhes ficaríamos infindavelmente gratos…
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Eu tenho pavor a sangue, mas mais depressa veria um documentário de 20 horas sobre a introdução de implantes de silicone através da Aréola Mamilar do que ter que levar com estas histéricas a opinar sobre os flagelos da sociedade. Exactamente onde cursaram Sociologia?
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É como pedir a um instalador de esquentadores Vulcano para ir à CUF Infante Santo fazer uma Traqueostomia com uma colher de chá previamente usada por ti, Ronald para comeres um Pudim Flan ou Toucinho-do-céu no Solar dos Presuntos.
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E se amanhã o “Manda Mais” da “Pedro e Mantovani” disser que quer votar em Ron de Santis em 2024, isso quer dizer que essas “Frívolas” vão deixar de comprar bidets?
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E se o dono da Clínica Feminis for a favor do Serviço Militar obrigatório? Recusar-se-ão a ir lá resolver um nauseabundo caso de Clamídia?
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E se o podologista Dr. Pedro Castro Lopes disser que é contra a adopção por casais homossexuais? Vão preferir ficar com os joanetes?
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E se a Cabeleireira Isabel Queiroz do Vale disser que Ruth Bader Ginsburg era maçante, Zionista e pomposa? Preferirão antes ficar com a caspa?
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Não se condicionem, nem tudo tem que ser uma “colina” para se prostrarem “por la causa!!!”. Vão para além dessas colinas, quem sabe quantas glórias da natureza e humanidade existem para além delas, se se deixarem de escaramuças pueris e incomplacências.
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Por favor, em vez de tweets autocráticos e melodramas pantomineiros, façam antes as pazes com o Sr. Mantovani e vão, mas é lavar essas caudas.
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Os vossos filhos estão atentos e em busca de referências em idade formativa. Querem que eles cresçam para também serem inclementes? Que espécie de Mãe terá tido António Oliveira Salazar…?
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2) VENDO BEM AS COISAS…
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Sob outro enfoque, queria igualmente escrever isto. Há anos que formulei a teoria de que quando fazemos algo de errado em termos comunicativos, por vezes, a melhor forma de controlar esse danos, é “fechar as escotilhas”, e ficarmos quietos e calados até a “tormenta” passar (e ela passa sempre!).
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Eu acredito no poder comunicativo de um bom pedido de desculpas ou esclarecimento, mas por vezes, quanto mais mexemos na “ferida”, pior ela fica.
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De vez em quando, o melhor “damage control” é simplesmente não fazer nada, e duas semanas depois, já as Quixotianas seguiram para outros “moinhos“… esta geração parece sofrer de défice de atenção, se ficarmos calados e quietos, elas distraem-se logo com outras “cruzadas“.
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Nunca tenham pressa em reagir ou em comunicar, por vezes até é sensato primeiro ouvir uma assessora jurídica. Relativamente ao Sr. Miguel Milhão, proprietário da Prozis ter revelado que é contra o aborto.
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Isso para mim é simples, conforme já expressei anteriormente, eu sou um Individualista, e os Individualistas não têm curiosidade sobre o que pensam os outros, nem tão pouco ficam incomodados com essas opiniões. De forma até algo arrogante e egoísta, nós ignoramos o que os outros pensam e dizem. O nosso foco é em nós e nas nossas ideias.
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A somar a isso, eu sou um ardente defensor do nosso Direito Constitucional de Liberdade de Expressão, portanto, independentemente de eu concordar ou não com o Sr. Milhão (ou qualquer outro “humanoide”), eu defendo a 1000% o seu direito de verbalizar os seus pensamentos sem recear “bullyings” de espantadiças escondidas atrás de twitters.
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Ao menos Marlon Brando dizia, “se andas à minha procura, poderás encontrar-me escondido atrás da minha braguilha…”
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Agora, o erro do Sr. Milhão, foi quando em vez de ir para o “bunker”, decidiu esclarecer ou tentar defender a sua posição.
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E é assim… esclarecer, debater ou pedir perdão, tudo isso, requer capacidade de comunicação, e no seu vídeo de quase uma hora no YouTube, o Sr. Milhão revelou-se um comunicador medíocre.
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A sua opinião inicial não me perturbou, mas o seu vídeo de “esclarecimento”, foi um completo e inteiro desastre comunicacional. Arrancou as “plaquetas” e agravou (consideravelmente) a “hemorragia”.
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Se eu de certa forma estava do lado dele quando o tentaram silenciar, depois de ouvir o vídeo dele, fiquei francamente embaraçado pelo “cavalheiro”. E agora, prefiro me distanciar da pessoa.
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Não há qualquer empatia. Um dos sinais mais óbvios de inteligência é a habilidade de articular os nossos pensamentos. E a ideia com que fiquei, é que o Sr. Milhão é uma pessoa de intelectualidade limitada, e que a julgar pelo seu vocabulário, ele soa como se fosse um adolescente provinciano criado num qualquer bairro social.
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Tantas foram as vezes em que disse “Ya“, “Cena“, “Fixe”, e uma vasta pletora de ordinarices que aqui não irei reproduzir…
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Em relação à Prozis, eu decidi em Dezembro último, parar de consumir doces, consequentemente, perdi algum peso, e a minha pulsação cardíaca que estava elevada há 6 meses, tem gradualmente vindo a descer.
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Aos fins de semana, gosto de comer uns doces sem açúcar, e entre eles, estão uns chocolates sem açúcar da Prozis. Considero-os um “investimento” na minha saúde, e não vou deixar de os consumir só porque umas tolinhas intolerantes se julgam a Gloria Steinem cá do arraial.
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Da mesma forma que há 8 anos que estou medicado diariamente com anti-coagulantes para poder sobreviver, e se amanhã, o CEO da Pfizer disser que é contra o aborto, contra o Sporting, contra o Catolicismo Romano, e contra os filmes de David Lean, não será por isso que eu deixarei de ir à farmácia comprar esses “seus” medicamentos.
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Sou uma pessoa muito prática e calculista, a minha comunicação e crenças raramente condicionam a minha acção.
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Considero-me um homem lógico e semi-cínico, e depois de ouvir o Sr. Milhão fiquei com a impressão dele ser uma pessoa pouco inteligente e até mesmo… “rústica“. Alguém a quem não devo conferir muita importância, nem perder o meu tempo, pois não ouvi nada de admirável da sua parte. Talvez as “indignadas” devam fazer o mesmo e focar-se em questões mais importantes.
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Caríssimas, baixem o “volume” da emotividade, e aumentem o da racionalidade, ignorem-no em vez de tentarem boicotar a empresa dele, firma essa que emprega centenas dos nossos concidadãos, eles que não têm qualquer culpa do seu chefe ser um indivíduo ordinário e “tosco” na forma como se expressa.
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Em teoria, não há ideias más, apenas há más exposições de ideias.
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A minha Mãe ensinou-me que, quando não gostamos de alguém, ou na ocasião em que alguém não gosta de nós, devemos ficar calados, ignorar o que dizem, e observá-las à distância.
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“Se esperares em frente ao rio por tempo suficiente, os cadáveres dos teus inimigos passarão a flutuar à tua frente.”
SUN TZU.
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Parque das Nações,
28 de Junho de 2022.
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Texto: Santiago Gregório Fuentes.
Imagem: Direitos Reservados.
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Post-Scriptum: O Celeiro também tem uns bolos de coco e laranja sem açúcar que são divinais, e o Pingo Doce tem tabletes de chocolate leite sem açúcar. Digam não à Sacarose!
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