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Querida Dª Maria dos Santos,
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Querida Mãe, componho-te estas linhas, na esperança de que por estes dias já estejas melhor, e que esta carta te encontre de bons espíritos.
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Desde finais de Maio, que sinto dificuldades em ser produtivo. É do calor, este calor infernal. Perdão, na realidade até pensei em ir passar o verão ao quinto dos infernos, pois suspeito que por lá, até é capaz de estar uma brisa mais aprazível.
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Chegaram-me esta semana notícias, de que a Drª Cláudia-Anna Hesse está totalmente recuperada do Covid. Fantástico, ela recuperou mais depressa desse contágio do que os jogadores do Sporting levam para recuperar de uma pestana no olho.
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E pelos vistos, fez-lhe bem, pois segundo me deram a entender, ela decidiu celebrar a sua reabilitação enveredando por umas mini-férias algures mais a Sul. Mas posteriormente, falei com ela pessoalmente, e afinal, as “férias” foram uma… “Féria”, somente 1 dia, e foi num feriado.
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Ainda relativamente a essa “trégua laboral”, pelo que sei, a Aroeira é uma localidade muito bonita nesta altura do ano, embora, com alguma “bandidagem” por ali à solta, e segundo se diz, os campos de golfe para os lados da Rua das Anémonas, são alegadamente frequentados(ou não) pelo(s) pior(es) filho(s) da puta a Sul do Estádio José de Alvalade. A praia sim, mas ela que evite o golfe a todo o custo.
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Desde criança, que eu sempre tive esta concepção, de que os homens maus usavam bigode; Hitler, Estaline, Saddam Hussein, o Kaiser Guilherme, Frank Zappa, Ana Borges, etc. Mas agora, na plenitude das minhas faculdades mentais, dou conta de que isso foi um “faux pas” da minha parte.
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Na realidade, os homens desalmados, são carecas e benfiquistas, e supostamente, fazem muita batota quando jogam golfe… Estou a referir-me a gente tão obtusa, que para eles, James Baldwin e Alec Baldwin são marido e mulher, e Alexandre O’Neill, Eugene O’Neill e Ryan O’Neal devem ser 3 irmãos que tocam nalgum trieto de Jazz na Avenida Lexington.
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É curioso, que o meu desporto favorito seja o Boxe, e é assim, desde 16 de Setembro de 1981. E curiosamente, há uma extensa tradição de comunicadores que gravitaram na direcção da “doce ciência“, nomes como Hemingway, Jack London, Lord Byron, Budd Schulberg, Norman Mailer, Charles Bukowski, Thomas Hauser, Vladimir Nabokov e George Plimpton.
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Desde a meninice que sempre fui fascinado pela minha Ofidiofobia, Lupofobia, e pela Licantropia. Esta semana, por exemplo, essa curiosidade foi-me útil. Estive a ver tantas palestras de um herpatologista, que o apanhei a usar as palavras “Leucístico” e “Iridescência“. Desde que tenhamos cérebro, olhos, ouvidos e curiosidade, estamos sempre a aprender, até mesmo quando o assunto são Anacondas, Boas e Pitões.
.
Há, no entanto, um assunto premente que desejo trazer até à tua atenção, o Sr. T. Redgrave, meu primo e teu sobrinho. Ele ocasionalmente passa por cá, e deita-se do lado direito da cama a ver filmes comigo, e ultimamente, tem sido uma “maratona” de longas metragens de Judy Garland.
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O jovem Redgrave gosta imenso da Hollywood clássica, sobretudo, de filmes como… “Mogambo“, “Hatari” e “Dumbo“. Mas o entusiasmo dele, por vezes é inconveniente… ele começa a abanar-se todo, agita a cama, estremece o quarto, e começa a bramir com euforia, sobretudo, quando vemos filmes de Gary Cooper, o seu actor favorito.
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A minha vizinha de baixo é uma mulher muito bonita (e simpática), e que se veste de forma muito leve e sensata para enfrentar o clima tropical nestes “dias canídeos” de pré-verão.
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Não sei como ela se chama, mas damo-nos bem. De qualquer forma, ela recentemente acostou-me no elevador, e disse-me que o Sr. T. Redgrave faz imenso barulho. Entretanto, já falei com ele, e foi-se embora, sem nada me dizer desde então.
.
Quando eu comunicava com a Dª Maria-Anna de Cascais, perguntava-lhe sempre como estavas, e 24 após 24 horas, ela previsivelmente, dizia-me sempre(!), “está na mesma!“. Frustrado com essa “cassete”, optei por mudar de táctica, e agora limito-me a falar com ela, apenas uma vez por semana. Ontem à tarde falámos, e ela disse-me que estás “muito melhor“, e ainda bem.
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A Dª Maria-Anna também tem sido uma fonte útil de informações quanto ao primaveril T. Redgrave. Só nesta semana, ela disse-me que ele tinha arranjado emprego como enfermeiro dando injecções, algures para os lados da Rua Infante Dom Pedro. Mas mais tarde, relatou-me que ele andava antes pela Praia da Maçãs a estudar medicina (Ortopedia).
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Sinceramente, nem Jack Kerouac, nem Neal Cassady tiveram tantos ofícios. A mim, enquanto cá esteve, T. Redgrave relatava-me era uma ideia “fantabulosa” ou “fabulástica” todos os dias. Só faltou dizer-me que queria ser Almirante da Força Aérea do Burúndi, ou comodoro Fuzileiro na Marinha de guerra do Afeganistão.
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Inclusive, disse-me ele que queria subir ao topo do Monte Kilimanjaro, e que queria ir para a Austrália ensinar os cangurus a saltar vedações. Recentemente, recebi um telegrama dele, a dar-me conta, de que pretendia construir um estaleiro naval para Super-Petroleiros no topo das Penhas Douradas…
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Mas noutra ocasião, T. Redgrave indicou-me igualmente a sua vontade de fazer 20 e tal tatuagens, e embarcar como marinheiro mercante para Sumatra. Realmente, com tantas tatuagens, ou tinha que ir para marujo num filme de Rainer Werner Fassbinder ou então, seguir carreira como futebolista.
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Ainda me lembro, de quando tinha 16 anos, e te perguntei se podia fazer uma tatuagem no meu antebraço. Felizmente, torceste logo o nariz (o teu e o meu, um figurativamente, e o outro, literalmente).
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Também me recordo de nos anos 80 ver a capa de um CD do Elvis Presley em que ele tinha madeixas loiras. Perguntei ao meu Pai se podia pintar o cabelo de loiro, e ele respondeu-me, “filho, só há dois tipos de pessoas que pintam o cabelo: as mulheres, e… as bichonas!”
.
O calor e a suadeira dificultam tudo isto, e em dias assim, penso no Sr. Shakespeare, mais especificamente, em “Ricardo III“, e, questiono-me, se a frase original, porventura não terá sido, “Um ar-condicionado funcional, um ar-condicionado funcional. O meu reino por um… ar-condicionado funcional“.
.
A sério, estou pronto para acenar a “bandeira branca”. Não há cuecas, ventoinhas, refeições de gelatina ou banhos de imersão gelados que abatam este calor.
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Eu preciso que alguém cá venha, ou do condomínio ou do ACP, e conserte o disjuntor do ar-condicionado antes que eu me derreta, até porque, este assoalho lidaria muito mal com a resultante humidade.
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E da mesma encenação anteriormente mencionada, não se trata de um “Inverno do nosso descontentamento“, mas sim duma “Primavera da nossa «destilação»“. Hamlet nunca teve problemas assim no Reino da Dinamarca, isso asseguro-te, e faço-o com grande confiança.
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A única atenuação do meu suplício, tem sido a minha empregada doméstica, a Srª Maria Amélia Canholas, ela que em todas as manhãs de Domingo por cá passa, com pesadas e voluminosas remessas de água do Luso, Maçãs Granny Smith e algumas 7Up sem açúcar.
.
Que bom é esfriar o esófago de Segunda a Sexta com uma água fresquinha a escorregar pelo “gasganete” abaixo. O ardor no meu peito é tanto, que até já considerei ir comprar um sutiã, enchê-lo com cubos de gelo e usá-lo bem justinho. E talvez meter as cuecas no congelador e só as vestir antes de ir dormir.
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Quero pensar, que algures entre 1 de Julho e 23 de Dezembro por aí irei passar, até lá, peço-te que te concentres no total restabelecimento da tua saúde. Entretanto, vou marcar consulta para o dentista para o primeiro dia disponível em Julho, para eu ir limpar e branquear os dentes.
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Querida Dª Maria dos Santos,
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Querida Mãe, componho-te estas linhas, na esperança de que por estes dias já estejas melhor, e que esta carta te encontre de bons espíritos.
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Desde finais de Maio, que sinto dificuldades em ser produtivo. É do calor, este calor infernal. Perdão, na realidade até pensei em ir passar o verão ao quinto dos infernos, pois suspeito que por lá, até é capaz de estar uma brisa mais aprazível.
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Chegaram-me esta semana notícias, de que a Drª Cláudia-Anna Hesse está totalmente recuperada do Covid. Fantástico, ela recuperou mais depressa desse contágio do que os jogadores do Sporting levam para recuperar de uma pestana no olho.
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E pelos vistos, fez-lhe bem, pois segundo me deram a entender, ela decidiu celebrar a sua reabilitação enveredando por umas mini-férias algures mais a Sul. Mas posteriormente, falei com ela pessoalmente, e afinal, as “férias” foram uma… “Féria”, somente 1 dia, e foi num feriado.
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Ainda relativamente a essa “trégua laboral”, pelo que sei, a Aroeira é uma localidade muito bonita nesta altura do ano, embora, com alguma “bandidagem” por ali à solta, e segundo se diz, os campos de golfe para os lados da Rua das Anémonas, são alegadamente frequentados(ou não) pelo(s) pior(es) filho(s) da puta a Sul do Estádio José de Alvalade. A praia sim, mas ela que evite o golfe a todo o custo.
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Desde criança, que eu sempre tive esta concepção, de que os homens maus usavam bigode; Hitler, Estaline, Saddam Hussein, o Kaiser Guilherme, Frank Zappa, Ana Borges, etc. Mas agora, na plenitude das minhas faculdades mentais, dou conta de que isso foi um “faux pas” da minha parte.
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Na realidade, os homens desalmados, são carecas e benfiquistas, e supostamente, fazem muita batota quando jogam golfe… Estou a referir-me a gente tão obtusa, que para eles, James Baldwin e Alec Baldwin são marido e mulher, e Alexandre O’Neill, Eugene O’Neill e Ryan O’Neal devem ser 3 irmãos que tocam nalgum trieto de Jazz na Avenida Lexington.
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É curioso, que o meu desporto favorito seja o Boxe, e é assim, desde 16 de Setembro de 1981. E curiosamente, há uma extensa tradição de comunicadores que gravitaram na direcção da “doce ciência“, nomes como Hemingway, Jack London, Lord Byron, Budd Schulberg, Norman Mailer, Charles Bukowski, Thomas Hauser, Vladimir Nabokov e George Plimpton.
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Desde a meninice que sempre fui fascinado pela minha Ofidiofobia, Lupofobia, e pela Licantropia. Esta semana, por exemplo, essa curiosidade foi-me útil. Estive a ver tantas palestras de um herpatologista, que o apanhei a usar as palavras “Leucístico” e “Iridescência“. Desde que tenhamos cérebro, olhos, ouvidos e curiosidade, estamos sempre a aprender, até mesmo quando o assunto são Anacondas, Boas e Pitões.
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Há, no entanto, um assunto premente que desejo trazer até à tua atenção, o Sr. T. Redgrave, meu primo e teu sobrinho. Ele ocasionalmente passa por cá, e deita-se do lado direito da cama a ver filmes comigo, e ultimamente, tem sido uma “maratona” de longas metragens de Judy Garland.
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O jovem Redgrave gosta imenso da Hollywood clássica, sobretudo, de filmes como… “Mogambo“, “Hatari” e “Dumbo“. Mas o entusiasmo dele, por vezes é inconveniente… ele começa a abanar-se todo, agita a cama, estremece o quarto, e começa a bramir com euforia, sobretudo, quando vemos filmes de Gary Cooper, o seu actor favorito.
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A minha vizinha de baixo é uma mulher muito bonita (e simpática), e que se veste de forma muito leve e sensata para enfrentar o clima tropical nestes “dias canídeos” de pré-verão.
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Não sei como ela se chama, mas damo-nos bem. De qualquer forma, ela recentemente acostou-me no elevador, e disse-me que o Sr. T. Redgrave faz imenso barulho. Entretanto, já falei com ele, e foi-se embora, sem nada me dizer desde então.
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Quando eu comunicava com a Dª Maria-Anna de Cascais, perguntava-lhe sempre como estavas, e 24 após 24 horas, ela previsivelmente, dizia-me sempre(!), “está na mesma!“. Frustrado com essa “cassete”, optei por mudar de táctica, e agora limito-me a falar com ela, apenas uma vez por semana. Ontem à tarde falámos, e ela disse-me que estás “muito melhor“, e ainda bem.
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A Dª Maria-Anna também tem sido uma fonte útil de informações quanto ao primaveril T. Redgrave. Só nesta semana, ela disse-me que ele tinha arranjado emprego como enfermeiro dando injecções, algures para os lados da Rua Infante Dom Pedro. Mas mais tarde, relatou-me que ele andava antes pela Praia da Maçãs a estudar medicina (Ortopedia).
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Sinceramente, nem Jack Kerouac, nem Neal Cassady tiveram tantos ofícios. A mim, enquanto cá esteve, T. Redgrave relatava-me era uma ideia “fantabulosa” ou “fabulástica” todos os dias. Só faltou dizer-me que queria ser Almirante da Força Aérea do Burúndi, ou comodoro Fuzileiro na Marinha de guerra do Afeganistão.
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Inclusive, disse-me ele que queria subir ao topo do Monte Kilimanjaro, e que queria ir para a Austrália ensinar os cangurus a saltar vedações. Recentemente, recebi um telegrama dele, a dar-me conta, de que pretendia construir um estaleiro naval para Super-Petroleiros no topo das Penhas Douradas…
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Mas noutra ocasião, T. Redgrave indicou-me igualmente a sua vontade de fazer 20 e tal tatuagens, e embarcar como marinheiro mercante para Sumatra. Realmente, com tantas tatuagens, ou tinha que ir para marujo num filme de Rainer Werner Fassbinder ou então, seguir carreira como futebolista.
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Ainda me lembro, de quando tinha 16 anos, e te perguntei se podia fazer uma tatuagem no meu antebraço. Felizmente, torceste logo o nariz (o teu e o meu, um figurativamente, e o outro, literalmente).
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Também me recordo de nos anos 80 ver a capa de um CD do Elvis Presley em que ele tinha madeixas loiras. Perguntei ao meu Pai se podia pintar o cabelo de loiro, e ele respondeu-me, “filho, só há dois tipos de pessoas que pintam o cabelo: as mulheres, e… as bichonas!”
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O calor e a suadeira dificultam tudo isto, e em dias assim, penso no Sr. Shakespeare, mais especificamente, em “Ricardo III“, e, questiono-me, se a frase original, porventura não terá sido, “Um ar-condicionado funcional, um ar-condicionado funcional. O meu reino por um… ar-condicionado funcional“.
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A sério, estou pronto para acenar a “bandeira branca”. Não há cuecas, ventoinhas, refeições de gelatina ou banhos de imersão gelados que abatam este calor.
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Eu preciso que alguém cá venha, ou do condomínio ou do ACP, e conserte o disjuntor do ar-condicionado antes que eu me derreta, até porque, este assoalho lidaria muito mal com a resultante humidade.
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E da mesma encenação anteriormente mencionada, não se trata de um “Inverno do nosso descontentamento“, mas sim duma “Primavera da nossa «destilação»“. Hamlet nunca teve problemas assim no Reino da Dinamarca, isso asseguro-te, e faço-o com grande confiança.
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A única atenuação do meu suplício, tem sido a minha empregada doméstica, a Srª Maria Amélia Canholas, ela que em todas as manhãs de Domingo por cá passa, com pesadas e voluminosas remessas de água do Luso, Maçãs Granny Smith e algumas 7Up sem açúcar.
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Que bom é esfriar o esófago de Segunda a Sexta com uma água fresquinha a escorregar pelo “gasganete” abaixo. O ardor no meu peito é tanto, que até já considerei ir comprar um sutiã, enchê-lo com cubos de gelo e usá-lo bem justinho. E talvez meter as cuecas no congelador e só as vestir antes de ir dormir.
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Quero pensar, que algures entre 1 de Julho e 23 de Dezembro por aí irei passar, até lá, peço-te que te concentres no total restabelecimento da tua saúde. Entretanto, vou marcar consulta para o dentista para o primeiro dia disponível em Julho, para eu ir limpar e branquear os dentes.
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Por favor, enfrenta estes dias febris comendo refeições pequenas, bebendo muita água, usa um boné na cabeça quando fores ao teu jardim, e evita comer coisas com açúcar.
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Está uma temperatura propícia para um enfarte de um dos (3)”cárdios”. Saibamos todos nós nos proteger com sensatez e proactividade. Até já pensei em ir dormir durante o dia para a garagem, e escrever apenas entre as 03:00 e 06:00 para tentar contornar esta torridez.
.
Imagino que a Srª Maria Amélia Canholas tenha uma conta de lavandaria mais elevada do que o habitual, pois ultimamente visto, dispo e troco de roupa com mais regularidade, tal é a forma apressada com que elas ficam “alagadas” no meu suor.
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Faço lembrar aquele inteligente jovem (o Eduardo) do PSD que conheci há 20 anos, e que nas manhãs frientas de Inverno, saía de casa para ir para a escola, de calções e t-shirt, e fazia-o, porque sofria (penso eu) de um problema hormonal que o fazia suar à toa.
.
Recentemente, fui a Arronches e a Badajoz, na companhia do meu Editor, o Sr. Damasceno Gomes. Tive que ir, porque a Bertrand e a FNAC já não dão conta do recado, e não estou para andar a percorrer os alfarrabistas da Baixa. Eu gosto de comprar livros Americanos antigos, e por cá a oferta é muito pouca.
.
Há dias, entrei na Bertrand, e um jovem atrás do balcão disse que não sabia quem era Hemingway. Ele não ter dito que era um filme de Jude Law, e já foi com sorte.
.
Ultimamente, comprei uns 6 ou mais livros sobre Filosofia, Teologia, Política, História e Poesia, na sua maioria escritos entre 1950 e 1970 por autores vários, como William F. Buckley, Norman Mailer, Isaiah Berlin, Ayn Rand, Sylvia Plath e Gore Vidal.
.
Prefiro esse período, pois ao contrário de hoje, os pensamentos genuínos dos autores apareciam nas páginas, e gerações futuras saberiam qual era o “état d’esprit” dessa “safra”. Nesse aspecto, “receio” eu ser irremediavelmente convencional…
.
Hoje em dia, os “artesãos de vocábulos” parecem mais preocupados em serem muito educados, “políticos” e diplomáticos do que em transferir para as folhas aquilo que um ser humano verdadeiramente pensa e observa em 2022.
.
Recuso-me a entrar nas fileiras dessa hipocrisia ou “contabilidade literária sanitizada“. Eu não nasci em 2022 ou em 2004, só posso ser fiel a mim, à minha geração e ao ecossistema social que me rodeava na minha infância e adolescência.
.
Não tenho quaisquer intenções de ser um homem de 1975 que se “transveste” de 2022 para agradar a terceiros. No que concerne a opiniões e pensamentos próprios, como diria o poeta Charles Bukowski, “quando alguém começa a tentar agradar aos outros, mais vale ele atirar-se ao rio e flutuar pelo mar adentro juntamente com o resto das poias!”
.
Se os leitores soubessem o que queriam ler, então seriam eles próprios a “sobrevoar” os teclados com as suas falanges, falanginhas e falangetas. Quem não sabe erguer um edifício, deve ser económico nos seus palpites que dá sobre arquitectura e engenharia.
.
Gosto de picar a tua irmã, e quando o quero fazer, ligo-lhe, e digo-lhe que a Rita Pereira está na TVI, que a Carolina Patrocínio está na SIC, e que a Cristina Ferreira está na Merdaleja, etc.
.
Ela fica logo desaustinada, tem um “ódio” às outras mulheres capaz de encostar a um canto o pior dos misóginos. Aliás, ela basta ouvir… “Rita Pereira“, e desata logo aos pinotes. Cuidado com os teus “afilhados” Lara e Górgão, não vá ela dar-lhes um “coice” no focinho e depois alegar inocentemente que eles perderam o apetite. Pudera…
.
Lembro-me de ti, sempre que vejo passar na televisão um episódio da Miss Marple ou do Monsieur Hercule Poirot. Vi recentemente 1 ou 2 episódios da 1ª temporada(1989) de Poirot. Adorei as referências à Art Déco tão típica de 1936. Já de “Crime Disse Ela” nunca fui grande apreciador, nem do “Inspector Maigret“.
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Por vezes, questiono-me, sobre como a minha capacidade de expressividade escrita se compara com a retórica oral do meu Pai nos comícios políticos, até porque, eu acho que ele tem aptidão para escrever discursos “estadistas”, são “águas” nas quais, na minha opinião, ele navega muito bem.
.
Se calhar, um dia destes, tenho que o ir ouvir. Só não o tenho feito, por receio de que a sua magniloquência seja… demasiado… anos 70, demasiado “proletária”, e demasiado bélica.
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A verdade é que a minha infância não foi a dele, a minha luta (se é que alguma) não foi a dele, logo, é natural que eu dele não seja uma exacta fotocópia em termos filosóficos ou ideológicos. Ele próprio não se parece com os seus camaradas 50 anos mais jovens.
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Eu acredito que se “seduz” e se sensibiliza mais pela beleza e originalidade do que pela belicosidade, embora, isso também dependa sempre dos estratos sociais que temos como “público alvo”. Há quem só se entusiasme com contos de grosserias, narizes partidos e sangue no pavimento. Eu quando escrevo obscenidades, faço-o porque me parecem surgir de forma orgânica no relato e dão bons “pontos de exclamação”, e nunca, para chocar seja quem for. Ok, subconscientemente, talvez o faça aqui e ali.
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Além disso, não abscondo, que para mim, o assunto é muitas vezes desimportante, eu até posso escrever sobre caixotes de lixo, o sistema digestivo de búfalos-d’água, ou sobre a vida sexual da mosca tsé-tsé. O que é significativo para mim, é a forma como escrevo sobre um assunto. O meu Pai tem demasiada paixão pelos tópicos que aborda. Já eu, a minha “enfatuação” tem mais a ver com uma metodologia gramatical, do que com uma ideologia social-científica.
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Não tenho qualquer interesse em palavras como “Camaradas“, “Espingardas“, “Militância“, “Morte“,”cerrar fileiras“, etc. Tudo isso, soa tão fatídico, tão melodramático, tão… anos 70, tão “passé“…
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Eu sou um Individualista, e nunca um revolucionário, não quero convencer ninguém sobre nenhum assunto que não seja sobre… mim. Quanto aos restantes tópicos, a verdade é que tenho as minhas perspectivas, e ignoro quem diferente de mim teorizar. Gosto de debater, mas a experiência ensinou-me a ser selectivo nessas pelejas intelectuais, e com esta idade, mais depressa enveredo pelo sossego de uma dissertação.
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Já demasiados homens bravos mas acriançados tombaram ou desperdiçaram as suas vidas numa busca incessante por guerras em que combater e revoluções em que participar. Não sou um “idealista de massas”, foco-me acima de tudo em mim.
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Quando se deu a Guerra Civil Espanhola, muitos convergiram sobre o Leste da Ibéria: soldados, mercenários, escritores, fotógrafos, pintores, poetas, jornalistas, etc.
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Eu não tenho qualquer interesse em pegar em qualquer outra “arma” que não seja este teclado ou este rato. A minha paixão e a minha “fúria” manifesta-se através de vocábulos, e não de socos, disparos, ou discursos inflamados. Isso tudo, em 2022, parece-me mais apropriado é para uma claque no Futebol.
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Aos Domingos, após uma boa refeição, gosto de me deitar de cuecas em cima da cama, com a minha fiel ventoinha ao meu lado, beber uma ou duas 7Ups fresquinhas, e ver documentários sobre poetisas Americanas da década de 50.
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Elas cometiam muitos erros ortográficos. Isso, ou a omissão de vogais e a utilização de duplas consoantes… eram alguma espécie de piada que me escapou por completo.
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De qualquer forma, lembro-me do que o padre disse a Richard Harris em 1977, “meu filho, até com a mais humilde das ervas tu podes aprender… ou pecar”
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A dor é o nosso corpo a alertar-nos de que algo não vai bem.
A criatividade é o nosso cérebro a sorrir, e quão traquina este é… e sempre foi.
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Fui, sou e permanecerei o teu filho afectuoso. Filho e amigo!
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Está uma temperatura propícia para um enfarte de um dos (3)”cárdios”. Saibamos todos nós nos proteger com sensatez e proactividade. Até já pensei em ir dormir durante o dia para a garagem, e escrever apenas entre as 03:00 e 06:00 para tentar contornar esta torridez.
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Imagino que a Srª Maria Amélia Canholas tenha uma conta de lavandaria mais elevada do que o habitual, pois ultimamente visto, dispo e troco de roupa com mais regularidade, tal é a forma apressada com que elas ficam “alagadas” no meu suor.
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Faço lembrar aquele inteligente jovem (o Eduardo) do PSD que conheci há 20 anos, e que nas manhãs frientas de Inverno, saía de casa para ir para a escola, de calções e t-shirt, e fazia-o, porque sofria (penso eu) de um problema hormonal que o fazia suar à toa.
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Recentemente, fui a Arronches e a Badajoz, na companhia do meu Editor, o Sr. Damasceno Gomes. Tive que ir, porque a Bertrand e a FNAC já não dão conta do recado, e não estou para andar a percorrer os alfarrabistas da Baixa. Eu gosto de comprar livros Americanos antigos, e por cá a oferta é muito pouca.
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Há dias, entrei na Bertrand, e um jovem atrás do balcão disse que não sabia quem era Hemingway. Ele não ter dito que era um filme de Jude Law, e já foi com sorte.
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Ultimamente, comprei uns 6 ou mais livros sobre Filosofia, Teologia, Política, História e Poesia, na sua maioria escritos entre 1950 e 1970 por autores vários, como William F. Buckley, Norman Mailer, Isaiah Berlin, Ayn Rand, Sylvia Plath e Gore Vidal.
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Prefiro esse período, pois ao contrário de hoje, os pensamentos genuínos dos autores apareciam nas páginas, e gerações futuras saberiam qual era o “état d’esprit” dessa “safra”. Nesse aspecto, “receio” eu ser irremediavelmente convencional…
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Hoje em dia, os “artesãos de vocábulos” parecem mais preocupados em serem muito educados, “políticos” e diplomáticos do que em transferir para as folhas aquilo que um ser humano verdadeiramente pensa e observa em 2022.
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Recuso-me a entrar nas fileiras dessa hipocrisia ou “contabilidade literária sanitizada“. Eu não nasci em 2022 ou em 2004, só posso ser fiel a mim, à minha geração e ao ecossistema social que me rodeava na minha infância e adolescência.
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Não tenho quaisquer intenções de ser um homem de 1975 que se “transveste” de 2022 para agradar a terceiros. No que concerne a opiniões e pensamentos próprios, como diria o poeta Charles Bukowski, “quando alguém começa a tentar agradar aos outros, mais vale ele atirar-se ao rio e flutuar pelo mar adentro juntamente com o resto das poias!”
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Se os leitores soubessem o que queriam ler, então seriam eles próprios a “sobrevoar” os teclados com as suas falanges, falanginhas e falangetas. Quem não sabe erguer um edifício, deve ser económico nos seus palpites que dá sobre arquitectura e engenharia.
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Gosto de picar a tua irmã, e quando o quero fazer, ligo-lhe, e digo-lhe que a Rita Pereira está na TVI, que a Carolina Patrocínio está na SIC, e que a Cristina Ferreira está na Merdaleja, etc.
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Ela fica logo desaustinada, tem um “ódio” às outras mulheres capaz de encostar a um canto o pior dos misóginos. Aliás, ela basta ouvir… “Rita Pereira“, e desata logo aos pinotes. Cuidado com os teus “afilhados” Lara e Górgão, não vá ela dar-lhes um “coice” no focinho e depois alegar inocentemente que eles perderam o apetite. Pudera…
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Lembro-me de ti, sempre que vejo passar na televisão um episódio da Miss Marple ou do Monsieur Hercule Poirot. Vi recentemente 1 ou 2 episódios da 1ª temporada(1989) de Poirot. Adorei as referências à Art Déco tão típica de 1936. Já de “Crime Disse Ela” nunca fui grande apreciador, nem do “Inspector Maigret“.
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Por vezes, questiono-me, sobre como a minha capacidade de expressividade escrita se compara com a retórica oral do meu Pai nos comícios políticos, até porque, eu acho que ele tem aptidão para escrever discursos “estadistas”, são “águas” nas quais, na minha opinião, ele navega muito bem.
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Se calhar, um dia destes, tenho que o ir ouvir. Só não o tenho feito, por receio de que a sua magniloquência seja… demasiado… anos 70, demasiado “proletária”, e demasiado bélica.
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A verdade é que a minha infância não foi a dele, a minha luta (se é que alguma) não foi a dele, logo, é natural que eu dele não seja uma exacta fotocópia em termos filosóficos ou ideológicos. Ele próprio não se parece com os seus camaradas 50 anos mais jovens.
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Eu acredito que se “seduz” e se sensibiliza mais pela beleza e originalidade do que pela belicosidade, embora, isso também dependa sempre dos estratos sociais que temos como “público alvo”. Há quem só se entusiasme com contos de grosserias, narizes partidos e sangue no pavimento. Eu quando escrevo obscenidades, faço-o porque me parecem surgir de forma orgânica no relato e dão bons “pontos de exclamação”, e nunca, para chocar seja quem for. Ok, subconscientemente, talvez o faça aqui e ali.
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Além disso, não abscondo, que para mim, o assunto é muitas vezes desimportante, eu até posso escrever sobre caixotes de lixo, o sistema digestivo de búfalos-d’água, ou sobre a vida sexual da mosca tsé-tsé. O que é significativo para mim, é a forma como escrevo sobre um assunto. O meu Pai tem demasiada paixão pelos tópicos que aborda. Já eu, a minha “enfatuação” tem mais a ver com uma metodologia gramatical, do que com uma ideologia social-científica.
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Não tenho qualquer interesse em palavras como “Camaradas“, “Espingardas“, “Militância“, “Morte“,”cerrar fileiras“, etc. Tudo isso, soa tão fatídico, tão melodramático, tão… anos 70, tão “passé“…
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Eu sou um Individualista, e nunca um revolucionário, não quero convencer ninguém sobre nenhum assunto que não seja sobre… mim. Quanto aos restantes tópicos, a verdade é que tenho as minhas perspectivas, e ignoro quem diferente de mim teorizar. Gosto de debater, mas a experiência ensinou-me a ser selectivo nessas pelejas intelectuais, e com esta idade, mais depressa enveredo pelo sossego de uma dissertação.
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Já demasiados homens bravos mas acriançados tombaram ou desperdiçaram as suas vidas numa busca incessante por guerras em que combater e revoluções em que participar. Não sou um “idealista de massas”, foco-me acima de tudo em mim.
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Quando se deu a Guerra Civil Espanhola, muitos convergiram sobre o Leste da Ibéria: soldados, mercenários, escritores, fotógrafos, pintores, poetas, jornalistas, etc.
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Eu não tenho qualquer interesse em pegar em qualquer outra “arma” que não seja este teclado ou este rato. A minha paixão e a minha “fúria” manifesta-se através de vocábulos, e não de socos, disparos, ou discursos inflamados. Isso tudo, em 2022, parece-me mais apropriado é para uma claque no Futebol.
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Aos Domingos, após uma boa refeição, gosto de me deitar de cuecas em cima da cama, com a minha fiel ventoinha ao meu lado, beber uma ou duas 7Ups fresquinhas, e ver documentários sobre poetisas Americanas da década de 50.
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Elas cometiam muitos erros ortográficos. Isso, ou a omissão de vogais e a utilização de duplas consoantes… eram alguma espécie de piada que me escapou por completo.
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De qualquer forma, lembro-me do que o padre disse a Richard Harris em 1977, “meu filho, até com a mais humilde das ervas tu podes aprender… ou pecar”
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A dor é o nosso corpo a alertar-nos de que algo não vai bem.
A criatividade é o nosso cérebro a sorrir, e quão traquina este é… e sempre foi.
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Fui, sou e permanecerei o teu filho afectuoso. Filho e amigo!
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Parque das Nações,
11 de Junho de 2022.
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Texto: Santiago Gregório Fuentes.
Imagem: Direitos Reservados.
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Post-Scriptum: Fala de mim com carinho junto da tua esbaforida irmã, pois ela parece ser incapaz de me abraçar, ou de dizer-me uma vez que seja, que gosta de mim!
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11 de Junho de 2022.
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Texto: Santiago Gregório Fuentes.
Imagem: Direitos Reservados.
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Post-Scriptum: Fala de mim com carinho junto da tua esbaforida irmã, pois ela parece ser incapaz de me abraçar, ou de dizer-me uma vez que seja, que gosta de mim!
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