O ano passado, previ que o Benfica iria ser Campeão de Futebol Feminino, e foram. E este ano, há umas 6 semanas, previ(sem grande risco) que voltariam a ser Campeãs, e foram!
O ano passado, a ideia com que fiquei, foi de que o Benfica possuía uma equipa mais atlética do que a do Sporting. E este ano, quando esteve por cima, o Sporting parecia ser a equipa tacticamente mais evoluída, enquanto o Benfica, quando esteve por cima, parecia ser mais dinâmica.
Existem “culpados”? Na minha opinião existem, pois não me parece que a diferença em potencial entre estas duas equipas seja tão grande que possa justificar a “hecatombe” dos últimos 2-3 meses. Pessoalmente, não via nada assim, desde que a geração de 1994(Eric Dier, Tobias Figueiredo, Carlos Mané, etc) passou pelo Nacional de Iniciados em 2008/09.
Eu gosto da “Miss” Mariana Cabral, gosto da treinadora, e gosto da pessoa(que considero muito humilde e educada), parece-me ser perspicaz e cautelosa qb, já do adjunto João Almeida Rosa, questiono-me se não estará fora do seu nível de competência.
Não nos podemos esquecer das duas vitórias sobre o Benfica no início da época, o Sporting por essa altura era tacticamente muito superior e conseguia inclusive banalizar atletas como Lúcia Alves e Beatriz Cameirão que quase pareciam “perdidas” em campo. Havia arrojo em termos tácticos, e inclusive, algumas jogadoras que à partida poderiam ser consideradas “segundas escolhas” estavam a surpreender e a ser bem potenciadas pela Miss.
Por esta altura em 2021, eu era 1000% a favor da dispensa de Tatiana Pinto, tanto do Sporting, como da Selecção Nacional, pois não a sentia comprometida com o projecto desportivo. E também por essa altura, eu prognostiquei, que este ano, Joana Marchão seria também ela dispensada. Eu sei que para muitos adeptos e entendidos, Marchão é uma “darling” do Futebol Feminino, mas eu discordo. Para mim, Marchão é uma futebolista com qualidade técnica, mas é por demais evidente que não é particularmente atlética, e no mínimo, não devia jogar a defesa, mas possivelmente, adaptada a Média-Interior Esquerda onde a sua qualidade técnica poderia fazer ainda mais a diferença, e a sua falta de velocidade/explosividade poderia ser “camuflada”.
Além disso, tal como com Tatiana, não sinto Marchão comprometida para com o projecto desportivo. Há jogadoras que parecem encarar jogar pelo Sporting como se fosse alguma espécie de “part-time“. Devo igualmente dizer, que estou longe de estar convencido de que Alícia Correia tenha qualidade para ser titular.
O contrato de Marchão termina dentro de algumas semanas, e na minha opinião, ela não devia e se calhar não vai ser renovada. Talvez a sua dispensa se deva sobretudo a questões económicas, mas para mim, ela é de longe a futebolista mais sobrevalorizada do Futebol Feminino Português. Para mim(que não sou infalível nem omnisciente) ela simplesmente não tem dimensão física ou atlética para jogar ao mais alto nível, e já claudicou muitas vezes, tanto pelo Clube, como pela Selecção. Não me interessa que seja jogadora de Selecção, pois isso para mim, não é um garante de qualidade.
Há jogadoras de grande valor que não são chamadas ao Jamor, e há outras que pouco jogam, e mesmo assim, parecem ter lugar cativo. E além disso, a Selecção não se tem propriamente coberto de glória quando enfrenta equipas que não sejam do 3º Mundo… Veja-se a forma pouco enobrecedora com que “picámos” o “bilhete” para o Mundial, “lucrando” com o infortúnio político das atletas Russas.
Ana Borges na minha opinião também deveria ser dispensada. Aos 31, está para mim, inequivocamente a “descer a colina”, e a continuar, cada vez mais, irá decair de produção, e a sofrer mais lesões. Está na altura de haver uma separação.
Apesar de ainda terem somente 19 e 21 anos, não sei se Marta Ferreira e Ana Teles serão jogadoras para o presente e futuro do Sporting. Por uma boa proposta estaria aberto a negociar as duas.
É igualmente preciso perceber, quem é o principal “culpado” pela mudança radical de forma que se viu entre finais de 2021 e início de 2022. Foi a “Miss”, foram os adjuntos, foram os administradores da secção, ou foram as jogadoras? Algo que me frustrou durante esta temporada, foram as inúmeras paragens de campeonato. A dada altura, parecia que faziam 2 jogos, e depois paravam, mais 2, e nova paragem. E aqui levanto uma questão, que faziam as jogadoras durante essas paragens? Treinavam?
Sei que esta comparação poderá ser injusta, mas quantas unidades de treino fizeram os comandados de Rúben Amorim entre Julho e Maio, e quantas fizeram as comandadas de Mariana Cabral? Falo por mim, quando vou às redes sociais das jogadoras do Sporting durante as paragens, só vejo viagens a Paris em Março, a Los Angeles em Abril, a Espanha, etc. Quase mais parecem “turistas” do que futebolistas. Terão muito tempo para passear e desfrutar da vida quando estiverem reformadas ou a jogar num Clube com outras ambições:
Compreendo que aos olhos de Mariana Cabral, Melisa Hasanbegović talvez não tenha(e não tem) a qualidade técnica de Nevena Damjanovic para construir jogo a partir da defesa. Mas, defensivamente, faz-me confusão, que “Mel” não tenha sido titular em mais ocasiões. E escrevo isto, pois volto a dizer, esta equipa parece ter um défice de dimensão física, atleticismo, dinâmica, etc. Veja-se o caso de Joana Martins, na minha óptica, é uma das “mascotes” de Mariana, e é uma jogadora com qualidade, mas é “pequenina” e isso notou-se quando jogámos contra as melhores equipas.
Não diria que Mariana Cabral é a melhor coisa desde a invenção do pão fatiado, mas, na minha opinião, ela merece continuar por mais uma época, mas, algo tem que mudar. Têm que haver 2, 4 ou 6 dispensas, e não podemos voltar a deixar “fugir” para o “inimigo” jogadoras como “Maria Negrão“(que pouco tem jogado), há que apostar no critério com o binómio da técnica e atleticismo. E talvez tenha que haver uma mudança de “cultura” e atitude competitiva. Que vão “passear” entre meados de Maio e fins de Junho. Entretanto, que fiquem pela Academia se de facto consideram o futebol a sua profissão e não apenas um “hobby” para financiar o seu turismo incessante.
E não se preocupem com Joana Marchão, pois suspeito que ela podia ir para o Clube mais pequenino de Espanha, ser “comida” em velocidade pelas extremas adversárias em todos os golos em todos os jogos, e mesmo assim, tenho quase 100% de certeza, que os “powers that be” no Jamor a iriam continuar a chamar à Selecção, possivelmente fazem-no, porque ficaram tão impressionados com prestações como aquelas que ela fez contra a Finlândia em Fevereiro do ano passado, ou como jogou contra o Benfica neste passado fim-de-semana, em que mais parecia um rapazinho dos Sub-13 a (tentar)jogar contra Juvenis.
Marchão não tem culpa de ser uma “anãzinha” ou de a meterem a jogar lá atrás, mas quem a convoca tem “mérito” nos golos sofridos por não perceberem que ela não é rápida, tem um posicionamento deficiente ou não ser capaz de saltar mais do que 20 centímetros acima do relvado.
Sem presunções de importância, estou certo de que as Donas Joana, Ana, e “tutti quanti” não vão gostar do que escrevi. Mas se não conseguem lidar com a crítica, então deviam ter escolhido uma profissão mais anónima(e naturalmente, com menos benefícios) do que serem futebolistas. Quando se vive à base de uma “dieta” de “criticas” do Jornal Sporting e adeptas sicofânticas, é natural que qualquer desvio dessa retórica de elogios e de “palmadinhas” lhes pareça mal-intencionada ou até mesmo “difamatória”.
Uma Futebolista que ameace os sócios, é uma mulher que já perdeu por completo noção da realidade e do seu lugar na “engrenagem”. “Maquinaria” essa, que obviamente é “alimentada” pelo sócios, quer eles percebam ou não de Futebol.
Parabéns para a Beatriz Isabel, “Lucy” Catarina e “Matty” Fidalgo.
Texto: Santiago Gregório Fuentes.
Imagem: Instagrams de Joana Marchão e Ana Borges.