Antes de mais, devo confessar uma coisa, não me considero, nem nunca me considerei anti-benfiquista, mas esta semana, nesta semana em especial, admito que adorei a vitória do Sporting sobre o Benfica, soube mesmo, muito, muito bem, Obrigado ao Mestre Amorim por esta vitória extremamente satisfatória.
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Conforme eu tinha escrito em crónicas anteriores, Nélson Veríssimo é um grande e inesperado erro de casting, que num curto espaço de tempo, levaria os adeptos do Benfica a sentir saudades de Jorge Jesus, e levará o Benfica a entrar em pânico e trocar de treinador ainda antes do final da época.
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Para nós, Sportinguistas, a saída de Luís Filipe Vieira do Benfica e substituído por Rui Costa, foi muito bem-vinda, pois não tenho grandes dúvidas de que se trata de um enorme “down-grade“, e além disso, vejo a estrutura do Benfica francamente mais fraca do que estava há 3 ou 4 anos. Também nós “Leões” agradecemos, e muito, a troca de um treinador competente como Jorge Jesus por alguém como Nélson Veríssimo, que é… “ferrenho”.
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Para nós, quanto menos Vieira e Jesus, e quanto mais Costas e Veríssimos, melhor. E conforme tenho vindo a escrever, não só não espero um Benfica competente para o resto da época, como prevejo que 2022/23 também será uma temporada de erros, pelo menos, enquanto lá estiver a actual direcção, a qual para mim, terá os dias contados, e faz-me lembrar os últimos 6 meses de Luiz Godinho Lopes no Sporting.
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Se o Sporting no último mês vinha a atravessar uma “mini-crise“, neste jogo voltou a mostrar a sua melhor face, o Sporting ganhou pela margem mínima, mas na minha opinião, se tivesse terminado o jogo a vencer por 4-1 não teria sido um escândalo.
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Antes de mais, uma crítica, entendo a sua utilização a lateral, mas para mim, Matheus Reis rende mais a central do que a lateral. Pablo Sarabia vinha fazendo alguns jogos razoáveis, mas ontem à noite esteve a “top”, exibiu as suas habituais desmarcações, técnica e mobilidade, mas desta vez, fê-lo com maior intensidade de jogo do que lhe vinha sendo habitual. Da mesma forma que fomos ganhar à Luz desfalcados, desta vez, não tínhamos Coates e Porro(de início), e tivemos que jogar com Feddal e Neto na defesa e Esgaio a titular, mas a equipa voltou a usar o “chip” que usou em Outubro e Novembro, e independente do nome dos jogadores, a máquina carburou, e carburou bem.
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Esgaio que tem tido exibições intermitentes, ontem tinha mesmo o “chip” correcto, pois jogou a lateral e a central, e não jogou mal, sobretudo a defender, enquanto a atacar, mostrou as limitações técnicas que quase sempre lhe reconheci. Adán esteve bem, quando chamado a intervir, mas a realidade, é que o jogo foi quase sempre dominado pelos “Leões”, e o Espanhol não se viu obrigado a grandes tarefas. Neto tem responsabilidades(e não foi o único) no golo de Everton, mas para além dessa “mácula” óbvia, não se pode dizer que tenha estado mal, esteve quase sempre sereno e aplicado.
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Se Gonçalo Inácio tinha estado “morno” no jogo anterior, neste também ele(à imagem do colectivo), vestiu o “fato de gala”, para mim, Gonçalo foi mesmo dos melhores em campo. Marcou um golo, mas para mim, distinguiu-se sobretudo, como “General” da defesa. Correndo o risco de ser repetitivo, Zouhair Feddal, também ele à imagem do colectivo, ontem mostrou a sua melhor face. A defender esteve muito forte, raramente complicou e esteve implacável e exímio no “tackle“.
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Antes do jogo, confidenciei a um familiar, que se João Pahinha estivesse em “Dia Sim”, quase de certeza iríamos ganhar. E de facto, Palhinha ontem esteve muito bem, um verdadeiro “homem-de-ferro” no nosso meio-campo, por vezes, quase que parece estar no limite de perder o controlo, exceder o entusiasmo e cometer faltas desnecessárias. Sem dúvida que a expressão “poço de força” foi cunhada a pensar nalgum “Palhinha”. Matheus Nunes é sem dúvida um “jogador de jogos grandes”, nos derbies, ele que já é um enorme jogador, agiganta-se ainda mais. Se Palhinha esteve bem, Matheus não lhe foi inferior, e ao “aço” de Palhinha, Matheus adicionou alguma “seda” a atacar.
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Matheus Reis tem alma de lateral, quando joga a lateral, joga como um lateral, mas quando joga a central, parece também querer comportar-se como um lateral. Dá muita profundidade à ala canhota e tacticamente evidencia inteligência acima da média. Pote tem marcado os seus golitos(poucos), mas é indisfarçável que não está em forma, falta-lhe algo fisicamente, e isso talvez lhe esteja igualmente a afectar a confiança. Melhores dias virão.
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Paulinho voltou a não marcar, mas se marcar no Dragão, nada lhe será assacado. Mesmo sem marcar, fez aquilo que Paulinho costuma fazer, ou tenta fazer, desgastou a defesa adversária, pressionou e batalhou. Não desgostei daquilo que Nuno Santos e Ugarte trouxeram ao jogo vindos do banco, mas para mim, o melhor suplente foi sem dúvida Pedro Porro. Quando jogamos com Porro e um Esgaio pujante, pelo nosso corredor direito não conseguem ali passar nenhuns “Migs”.
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Colectivamente, foi uma grande vitória para a nossa equipa técnica, em especial, para o Mestre Amorim. É certo que estivemos em desvantagem, mas com essa excepção, o Sporting foi quase sempre melhor que o Benfica ao longo do jogo. Ao intervalo, o resultado era bastante injusto para o Sporting, depois do descanso, os “Leões” mantiveram a toada de jogo, e com total naturalidade, deram a cambalhota no marcador. Incisiva, foi especialmente a entrada de Pedro Porro que veio aquele “ingrediente” extra para dar a volta ao texto.
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Relativamente ao Benfica, para além do golo marcado, e de alguma pressão extra nos minutos finais, pouco fizeram para vencer este jogo, diria que mais do que o resultado, os Benfiquistas devem ficar alarmados com a exibição. Foram relativamente inofensivos a atacar, mas devo dizer que a defender achei igualmente o Benfica um “pavor”, talvez o “velhote” Vertonghen tenha sido o menos mau, mas Lázaro e Morato, para os Benfiquistas, presumo que tenham sido um “filme de terror”. Yaremchuk, Gil Dias e Lázaro parecem-me todos ser “tiros ao lado” do conceituado e “ferrenho” Rui Pedro Braz, e o tempo dirá, se Morato vai ou não ser jogador para um candidato ao título. Tenho igualmente algumas dúvidas, de que Diogo Gonçalves seja jogador para estas andanças.
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Com estes meus olhos, não vi o Benfica atacar verdadeiramente, excepto após Sarabia já ter carimbado o resultado final. E o Preparador Físico do Sporting está de parabéns, pois o Benfica tentou igualar a intensidade do Campeão em título, e notou-se que não tinha “caixa de velocidades” para isso. A defender o Benfica revelou muitas falhas, sobretudo em conter os flancos Leoninos.
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Sempre achei que o 4-3-3 iria favorecer João Mário, mas a intensidade do Campeão era tanta, que João Mário e Meité passaram mais tempo a ajudar Weigl a defender, do que a construir jogo pelo meio. E devo igualmente dizer, que não se pode trazer uma “faca” para um duelo de armas de fogo, da mesma forma, que não se deve trazer um jogador de baixa intensidade como João Mário para um derby contra um Sporting tão agressivo. De qualquer forma, João Mário até foi dos melhores do Benfica na 1ª parte, mas nos segundos 45 minutos, não teve “gasolina” para lidar com Matheus e Palhinha.
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Cebolinha marcou o golo e deu a “Flash“, mas nem sequer achei que tivesse feito um bom jogo, aliás, jogou tão pouco, que apesar do golo que marcou, eu achei que Meité foi a melhor unidade encarnada.
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Nestas alturas(defesos) do ano, é habitual os jornais publicarem muita “treta” para tentar enganar os tolos, e uma dessas “notícias” que tem circulado, é o propalado interesse do Barcelona em resgatar Grimaldo. Haverá alguém que acredite nisso? Depois da exibição de ontem do Espanhol, duvido, afinal de contas, o Barça não pode estar assim tão mal… Na 2ª parte, tendo que lidar com Esgaio e… Porro, o pobre Espanhol deve ter pensado que estava a ver a dobrar. E da mesma forma que opinei que o 4-3-3 deveria favorecer João Mário, começo a pensar que Morato rende mais numa defesa com 3 centrais.
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Texto: A.C.F.
Imagem: Sporting CP.