Rúben Amorim voltou, e o Sporting voltou às vitórias. É certo que foi contra um adversário muito inferior ao Santa Clara, mas ainda assim, o “eye test” demonstrou que este Sporting foi diferente daquele que vimos nos Açores. A intensidade regressou, ainda que com jogadores diferentes, pois o Mestre Amorim com naturalidade(de gestão de esforços, e não por represália) mudou 8 titulares.
Na minha crónica anterior, alertei, de que o Sporting já tinha perdido 1 jogo, e não lhe convinha também perder um jogador, neste caso Ricardo Esgaio. Eu até conheço Esgaio há muitos anos, e nem sou grande fã da pessoa ou do jogador, aliás, digo mesmo, que ele está de parabéns por ter conseguido chegar a este nível, pois sempre o considerei um rapazinho limitado a nível de inteligência e maturidade, e para mim, desde há mais de 30 anos, que tenho esta minha crença, de que ao mais alto nível do desporto, somente atletas inteligentes conseguem chegar. Até mesmo os atletas de top mais rudes ou “abrutalhados”, se conversarmos com eles, percebemos que há naqueles cérebros algo diferente dos demais.
Quanto a Esgaio, voltou a ser titular, não por teimosia ou fé inabalável de Amorim, mas sim por um percalço com Pedro Porro no aquecimento. E a verdade, é que jogou bastante bem, e inclusive assinou duas assistências. Agora, não pode ser “jogo sim” e “jogo não”, tem já no Domingo contra o Vizela que rubricar mais uma boa exibição, pois no Sporting não cabem jogadores que só jogam no limite em 50% dos jogos. Sejam brandos com o Esgaio, ele não prima pela massa encefálica, e mais facilmente reagirá bem a incentivos do que a comentários que possam abalar a sua confiança, ele é um rapaz simples, básico, saibam dar-lhe mais doces do que calduços e chicote. Pessoalmente, acredito que num futuro próximo ele vai jogar a um nível satisfatório, confio em Esgaio.
Não posso dizer que Manuel Ugarte seja melhor do que João Palhinha em todas as facetas do jogo(sobretudo, a defender), mas na minha opinião, merecia jogar a titular com mais frequência. Relativamente a João Virgínia, simpatizei com ele desde que o vi jogar pelos Iniciados C do Benfica num jogo em Moscavide há já uns anos, mas não sei se ele será um “upgrade” em relação a um Luís Maximiano(do qual nunca gostei, nem como atleta ou pessoa), o Sporting terá que pensar e repensar se lhe interessa investir em Virgínia como solução “stop-gap“, ou se será preferível apostar já em Diego Callai em Julho 2022.
Quanto a Rúben Vinagre, gosto do rapaz, e ontem esteve bem, e pessoalmente, dar-me-ia grande satisfação vê-lo ser bem sucedido neste seu regresso ao Sporting, mas estamos a meio da época, e até agora, ainda não me convenceu em pleno, mas admito que a Amorim possa já ter convencido. De momento, diria que está fora do Sporting a partir de finais de Maio, mas, ainda lhe restam 4 meses para me/nos fazer a cabeça, e talento técnico e atlético para isso não lhe falta. Força, miúdo!
Bruno Tabata esteve bem, é mais um(de tantos) polivalentes neste(curto)plantel, mas para mim, no final da época(nunca a meio, para não desestabilizar a harmonia no grupo) seria um jogador a considerar para uma permuta, se desse para trazer alguém mais decisivo a bordo.
REFORÇOS DE JANEIRO:
Quanto a reforços, para mim, há 3 nomes que estão sempre e há muito tempo na cabeça do treinador, são eles Francisco Trincão do Wolverhampton(emprestado pelo Barcelona), Vítor Tormena do Sporting Clube de Braga, e Marcus Edwards do VSC. Presumo que Amorim vai continuar a fazer força junto de Hugo Viana e Frederico Varandas para que estes nomes venham, tal como no passado fez por causa de Paulinho e Ricardo Esgaio. Trincão muito possivelmente voltará a ser um alvo no verão, até porque está a “fracassar” em Inglaterra, quanto a Tormena e Edwards, talvez sejam apostas já neste Janeiro. Acredito que mais rapidamente Amorim vai pedir Edwards do que um “9“, até porque contará com 1 ou 2 nomes da Formação para suprir essa pecha a médio-prazo, tais como Rodrigo Ribeiro e Youssef Chermiti.
Muitos Sportinguistas comentam de que não querem que a entrada de Edwards signifique a saída de Jovane Cabral, mas para mim, Jovane é um exemplo quase perfeito do estereotipo negativo do jogador Africano na Europa. Corre muito, mas revela pouca técnica, pode ter força, garra, agressividade e explosividade, mas a nível de passe, recepções, leitura de jogo, capacidade de desmarcação, não tem o perfil desejado, embora, seja um polivalente. Jogadores com o perfil hiper-atlético de Jovane, são bons para equipas que jogam em contra-ataque, ou para ser uma opção no banco numa equipa que quer jogar em posse como o Sporting faz. Além disso, a vinda de um Marcus Edwards, poderá ser para precaver uma saída de Pablo Sarabia no verão.
SPORTING SUB-23:
Conheço o Treinador Filipe Pedro há 15 anos, ele que há sensivelmente 18 meses treina os Sub-23 do Sporting. Não tenho qualquer animosidade para com Filipe Pedro, até diria que se trata de uma pessoa afável e educada, e muito menos, considero que eu, tenha competência para avaliar a sua metodologia de treino, a qual diga-se, desconheço em absoluto, pois os treinos são fechados. Agora, posso dizer que conheço pessoalmente a pessoa, e posso dizer que desde o início(verão de 2020), encarei a sua reentrada no Sporting em 2020 com alguma trepidação.
Eu não sou treinador, e só joguei Futebol num nível amador, mas quer-me parecer, que um líder é alguém que se destaca com naturalidade, é alguém com uma personalidade diferente, alguém que cativa, que “encanta” aqueles em seu redor, com o seu carisma, charme, etc, o chamado “Macho Alfa”. Ora, o Mister Pedro, é um jovem(tem 34 anos) daqueles que sorri muito, cumprimenta toda a gente, tenta dar-se bem com todos, mas não é alguém… “magnético”, é amorfo,na minha opinião, não “seduz”.
Ele até pode ser um excelente teórico, mas pela sua maneira de ser… modesta, sempre achei que ele era alguém que não impunha respeito, nem tinha aura de líder, e por isso, sempre fui “contra” a sua entrada para os Sub-23, sobretudo, depois do desastre com Leonel Pontes(que também conheço, e é uma personalidade algo semelhante, embora, mais impaciente). Agora, o que me preocupa enquanto Sportinguista, sócio e adepto, é que eu, um simples jornalista, tenha conseguido percepcionar tudo isso em Filipe Pedro há 18 meses, enquanto quem o contratou(espero que não tenha sido o Coordenador Técnico João Couto, pois sou seu amigo, e sou-lhe eternamente leal) e mantém confiança nele, ano e meio depois, ainda não percebeu.
Filipe Pedro irá ser demitido(eventualmente), e isso irá acontecer com total naturalidade devido à sua mediocridade a nível de resultados. O facto de ainda não ter acontecido… leva-me a crer que há teimosia por parte de quem ter o “poder decisório”, e a cada jornada que passa e ele se mantém em funções, é uma teimosia que prejudica o Sporting, e prejudica os seus atletas Sub-23.
Texto: A.C.F.
Imagem: Sporting CP.