O Sporting somou a sua 8ª vitória consecutiva(em todas as competições), e individualmente, registaram-se várias exibições assinaláveis.
O Sporting não teve Pedro Porro, mas talvez pela primeira vez, Ricardo Esgaio esteve à altura no Espanhol, e assinou a sua 2ª assistência esta semana. Já Matheus Reis que eu tinha elogiado pela sua evolução enquanto lateral esquerdo, desta vez jogou a “central-esquerdo” e não desiludiu, permitindo a Rúben Amorim contar cada vez mais, com uma alternativa a Zouhair Feddal na esquerda do eixo. Quanto a Pote, está cada vez mais igual a si próprio e está a marcar regularmente, mesmo quando não joga particularmente bem.
Sebastián Coates e Matheus Nunes(e Inácio, que foi o MVP) estiveram ao seu melhor nível, e já andam nesta “estratosfera” faz alguns jogos, portanto… que Amorim saiba(e seguramente saberá) gerir o esforço físico, para que eles não “rebentem”, sobretudo, Matheus. Nuno Santos foi lateral e mereceu todos os (90)minutos que Amorim lhe concedeu, muito raçudo e quase sempre esclarecido, é uma “aposta” que raramente desilude o Mister. Tanto Bruno Tabata como Jovane Cabral tiveram entradas positivas.
Inácio(ou Coates) foi o MVP para vários jornalistas, mas para mim, o melhor em campo foi Matheus Nunes. Correndo o risco de ser repetitivo, mas é uma grande mescla de atleticismo(claramente acima de João Mário Eduardo em termos de mobilidade e explosividade) e qualidade técnica, só precisa ser cada vez mais regular e ganhar experiência e maturidade a gerir o jogo. Não admira que entre Matheus e João Mário, Amorim tenha optado pelo 1º, faz mais sentido sob quase todos os ângulos e perspectivas possíveis.
Muito regular este Sporting de Amorim, pode não deslumbrar, nem golear, mas é uma máquina de “espremer” vitórias(e igualmente uma “máquina” de não sofrer golos), e é assim que se constroem campeões. Esta “persistência” do Sporting, deve estar a deixar Sérgio Conceição enervado, pois não consegue “descolar” na frente. No cada vez mais afamado trio “PSP“, desta vez nenhum dos 3 brilhou ao mais alto nível(os “extremos” pareceram cansados), Pote marcou, mas não espalhou a magia habitual, Paulinho(e Daniel Bragança…) continua a ser pouco cínico e prático na hora de meter o “pé no gatilho”, e Sarabia até foi o 1º a ser substituído.
O Sporting entrou bem no jogo, mas sentiu algumas dificuldades quando o Paços encaixou melhor no jogo(embora, Adán nunca tenha sido testado), mas na 2ª parte, os “Leões” foram em busca de espaço pelas alas e conseguiram ser eficazes. É certo que o Sporting está em 2º lugar, em igualdade pontual com o FC Porto que vai em 1º, mas um aspecto salta à vista, a finalização. O Porto tem 28 golos marcados, o Benfica 27, mas o Sporting fica-se pelos 17 tentos(em igualdade com o SC Braga).
Tenho dúvidas de que isto vá mudar, pois não adivinho mudanças em Janeiro, acredito que vai ser Pote, Sarabia e Paulinho a época toda… e bem, pois nenhum dos 3 é um jogador medíocre, e acredito que Pote e Sarabia vão marcar com mais regularidade na 2ª volta, mas Paulinho destoa bastante, mas parece-me ilusório sonhar-se com a vinda de um Slimani(em final de contrato) em Janeiro. Amorim nunca vai abdicar de um dos “seus”.
De qualquer forma, uma vitória, é uma vitória, e nos jogos pós-Champions(ainda para mais na casa de um “pequeno” complicado…) há sempre o perigo de relaxamento, e a equipa foi séria, briosa e profissional neste jogo. Se Amorim granjeou e com justiça a fama de saber construir colectivos fortes, Matheus Reis(muita velocidade…) é um exemplo claro de um jogador que chegou a parecer medíocre, mas que gradualmente, Amorim tem sabido lapidar. De qualquer forma, quero ver Matheus Reis reproduzir este nível enquanto defesa central, em jogos de maior exigência, pois contra o Dortmund jogou a lateral.
Texto: A.C.F.
Imagem: Sporting CP.
Post-Scriptum: E não é que Jorge Jesus meteu João Mário(que Amorim tantas vezes substituía) até ele rebentar/se lesionar?