Fila de cima, da esquerda para a direita: Doris Bacic, Bruna Costa, Carolina Beckert, Andreia Jacinto, Marta Ferreira e Ana Borges.
Fila de baixo, da esquerda para a direita: Joana Martins, Diana Silva, Joana Marchão, Rita Fontemanha e Brenda Pérez.
Para os seguidores atentos do fenómeno Futebol Feminino, eles sabiam que esta jornada iria servir dois “pratos” suculentos. Num dos jogos, o líder Sporting iria à casa do 2º classificado Torreense, enquanto o 4º classificado, SL Benfica, receberia na Tapadinha o 3º classificado Amora.
A formação Leonina entrou bem no jogo, evidenciando boa circulação de bola, e com naturalidade, chegaram à vantagem através de um livre marcado por Joana Martins. Mas a partir desse golo madrugador(10 minutos), o Torreense começou a jogar com cada vez menos espaço entre os seus sectores, e qualidade do jogo ofensivo das Leoas foi decaindo. Embora as forasteiras fossem tendo posse de bola e iniciativa, a falta de linhas de passe começou a enervar as comandadas de Mariana Cabral, que gradualmente foram cedendo em termos de clarividência, inteligência emocional e até empenho físico.
Como quem não marca(outra vez) se arrisca a sofrer, o Torreense interrompeu o seu “catenaccio” tempo suficiente para empatar o marcador. A partir da igualdade e até ao intervalo, foram as “verde-e-brancas” que dispuseram das melhores (poucas)oportunidades para marcar, mas tal não aconteceu, em parte, porque o relvado não favorecia a equipa técnicamente mais dotada.
Com jogadoras “calmeironas” como Tita e Paloma, e um terreno próprio para “tanques de guerra” e não “Ferraris”, o Torreense continuou a imprimir a sua marca de futebol físico e tacticamente pragmático, sobretudo no meio-campo e defesa, onde as anfitriãs levaram constantemente a melhor. Incapazes de converter a posse de bola em passes de rotura, as Leoas começaram a revelar alguma precipitação e eventualmente, apatia ou conformidade.
Com as atletas do Torreense satisfeitas com o empate, ficaram cada vez mais determinadas em não deixar a equipa mais talentosa jogar, consequentemente, não se viu um “joga bonito”, mas sim cotoveladas(nos braços, no tronco), encontrões, empurrões, força versus técnica, cada vez mais faltas, cada vez menos fluidez, e essa impotência fez vir ao de cima a juventude da equipa Sportinguista, que se revelou menos matreira e esclarecida, começando a evidenciar, cada vez mais ansiedade e “pânico“.
(eu próprio já sofri muitas cotoveladas a jogar futebol, faz parte do jogo, portanto, aceito-as com naturalidade…)
Na globalidade, este foi um jogo que satisfez pouco da parte das Leoas, sobretudo, quando comparada com a “manita” desferida às Campeãs em título na semana anterior(ver AQUI). Mas como costumam dizer as mulheres sábias, “tudo vem para ensinar“, e este jogo representa um “degrau de aprendizagem” para as Leoazinhas, não por virtude do talento das adversárias, mas mais para aprenderem a lidar com a sua própria ansiedade e impaciência. Além das questões mentais, assim que atingida a serenidade, há que haver persistência, visão de jogo, e talento para saber lidar com equipas que jogam em bloco baixo, “fechadinhas lá atrás”, e usam tácticas durinhas nas disputas de bola.
Gostava que as miúdas tivessem ganho, pois gostei da maneira “Rúbenesca” como Mariana rodou a equipa, tentando “recuperar” mais elementos, desta vez, com Rita Fontemanha no miolo e Bruna Lourenço na defesa. A “Miss” mostrou “glândulas testiculares” ao não recear mexer em equipa que ganha(e goleia), e manteve confiança nas suas habituais jovens e fieis “escudeiras”; Marta Ferreira(está uma matulona…), Joana Martins, Andreia Jacinto e Carolina Beckert. Gostava que Mariana tivesse vencido este jogo, seria uma vitória para a rotação e a coragem da treinadora, seria uma vitória desportiva e “filosófica”.
Gostei também que entre as suplentes, tenha estado Chandra Davidson, Ana Teles, e Mariana Rosa, e é assim mesmo que tem que ser, sobretudo após a “limpeza de balneário” em Maio último, há que criar novas activas(nem sei se esta palavra existe no feminino…), potenciar novas individualidades, e passar confiança a jovens e atletas menos utilizadas. Bravo, Mariana. Um dia, quero tirar uma “selfie” consigo.
Eu costumo regularmente criticar a forma física de atletas fora dos “3 Grandes“(Sporting, Benfica e Braga), para mim, não é aceitável que moças queiram ser levadas a sério enquanto atletas e um desporto competitivo, mas, nem sequer estejam dispostas a fazer dieta durante a temporada, de modo a estarem próximas de um peso competitivo ideal. Não sei se porventura são profissionais, semi-profissionais ou amadoras, mas não precisam de elevados ordenados ou de “sponsors” para terem “Personal Trainers“, irem a ginásios, comprarem suplementos, etc. Basta que façam o mínimo dos mínimos: 1) Dieta, 2) Descansar/dormir e 3) Treinar bem, nada disso requer dinheiro, apenas mentalidade e atitude “à profissional.”
Como costumam dizer os Americanos, “you’ve got to fake ‘till you make it“, e quem quer vir a ser profissional, tem que ter uma atitude profissional mesmo sem dinheiro no bolso, a disciplina tal como a ambição não custa dinheiro. Como diria a minha Mãe quando queria fazer dieta, “se quero perder peso, sei que tenho que fechar a boca“, é uma mentalidade que as mulheres talvez já não tenham hoje em dia no que diz respeito à gestão da sua imagem, especulo eu.
Não gosto de ver moças de rabos gordos e grandes mamas com equipamentos de futebolista vestidos e tentarem ser rápidas, equilibradas e móveis durante o jogo, ridiculariza o Futebol Feminino. Ainda neste último jogo do FutFemSCP, vi uma jogadora do Torreense chamada “Paloma” que tem 22 anos(e o ZeroZero diz que pesa 60 Kgs, mas eu diria que pesa perto de 70 kgs…), é jovem, em teoria terá um metabolismo rápido e muita energia, mas ainda assim, está gorda, e quando digo “gorda”, isto não é maldade, “body shaming“, não é “bullying” ou um insulto, é uma realidade clínica, a rapariga em questão não está obesa, mas podia perder 10(ou mais) quilos, sobretudo nos nadegueiros.
Quero publicamente desejar boa sorte às miúdas do #SLBenficaFem no seu jogo da Liga dos Campeões Feminina, amanhã contra o Bayern de Munique. Não sei(ainda) se esta época têm uma boa equipa, mas, é um plantel com várias jogadoras que “aprecio”, Beatriz Cameirão, Lúcia Alves, Carole Costa, Matilde Fidalgo, Francisca Nazareth, Maria Negrão, espero que sejam sempre felizes sempre que não estiverem a jogar contra o Sporting.
Não querendo aligeirar em demasia a conversa, nem menorizar os seus méritos técnico-táctico-atléticos, mas aquela Rita Fontemanha tem de facto umas coxas muito bonitas. Isto não é objectivização, mas sim glorificação da beleza feminina, e como se costuma dizer nos EUA, o importante é metê-los “dentro da tenda“(do circo). E se eles vêm pela força da Hasanbegović, pela beleza da Fontemanha, ou pela qualidade técnica da Marta Ferreira, é indiferente, o importante é que venham, e se possível, que quando lá estiverem, que fiquem fidelizados(seja por que motivo for), o FutFem precisa de adeptos e adeptas, e não se pode dar ao luxo de ser “esquisito”, tal como o Futebol Masculino nunca sentiu problemas em que as mulheres objectivizassem Dani, Beckham, Ginola, CR7, etc, o importante é conseguir captar olhos, a curiosidade, e eventualmente, fidelizar novo(a)s “clientes”.
Texto: A.C.F.
Imagem: Sporting CP.