Quando o Sport Lisboa e Benfica primeiro começou(AQUI) a expressar interesse na contratação de João Mário Eduardo, logo aí, eu avisei que o jogador em questão tinha 2 problemas; não era jogador para 90 minutos, e num meio-campo a 2, ou tinha um João Palhinha ao seu lado, ou iria sentir consideráveis dificuldades e constrangimentos. Nos seus 3 primeiros jogos oficiais(dois vs Spartak e outro vs Arouca) as coisas foram “fáceis”, e adeptos Benfiquistas já o comparavam a Zidane, Iniesta, apelidavam-no de “João Mágico” e…. “João Máriodona“. Mas ontem, vs PSV Eindhoven, a oposição subiu de nível, e João Mário “encolheu-se” e revelou-se uma espécie de “Flat-Track Bully“, um atleta que só faz a diferença contra os “pequenos”, de resto, mostra-se mais discreto, mais lento, e mais “mole”.
O Benfica alinhou em 3-4-3 com 2 médios-centro, João Mário e Julian Weigl(que já ele não é um jogador rápido ou forte na pressão), sendo mais tarde substituídos por Adel Taarabt e Soualiho Meité. João Mário teve pouca bola(em parte, resultado da sua falta de intensidade) e com dificuldades em pegar o jogo em face da pressão Holandesa. Teve culpas na origem do golo forasteiro. Portanto, ou o Benfica assume um miolo a 3 jogadores, ou terá que contratar um Al Musrati para ser o par de João Mário, porque ontem, o “30 million euro man” não conseguiu fazer a diferença, nem a atacar, nem a defender. O Sporting não quis assumir esse “albatroz financeiro” com um soldo de 2M€ anuais, mas Rui Pedro Braz quis, e agora João Mário talvez se venha a revelar curto, pelo menos, para os jogos na Champions.
Rúben Amorim tinha por hábito substituir João Mário durante os jogos, e ontem, num jogo de maior intensidade(do que vs um Arouca), voltámos a ver o “velho” João Mário, um futebolista que tem os pés “perfumados” pelo bom futebol, mas que ao fim de 60-65 minutos “rebenta” fisicamente(e consequentemente, o Benfica começa a perder a posse), e mesmo durante esses 60-65 minutos, parece faltar-lhe alguma dinâmica. Questiono-me se o Benfica não beneficiaria de em ter Pizzi antes no banco de suplentes, e em trocá-lo por João Mário após a 1ª hora de jogo? Ou então, Jorge Jesus tem que começar a testar Weigl e João Mário num meio-campo com Meité ou Gedson.
Na minha opinião, João Mário pode ajudar o Benfica a lutar pelo Campeonato, Taça de Portugal e Taça da Liga, pelo menos, em jogos contra os “pequenos”, mas em jogos Europeus e em Clássicos, continua a ser um jogador com “pilhas” muito pequenas e curtas para esses palcos. Quando o Benfica joga com Pizzi e João Mário no mesmo XI, entra em campo com 2 jogadores “mágicos”, mas com pouca intensidade, aliás, atrevo-me a dizer, que depois daquilo que viu ontem, dificilmente Jorge Jesus colocará os 2 a titular no jogo da 2ª mão na Holanda.
Dito de forma simplista, os adeptos do “João Mágico” querem que ele desequilibre, mas JM não é um jogador de desequilíbrios, mas sim de equilíbrios, mas isso é quando os adversários jogam em bloco baixo e deixam jogar, aí sim, ele pode ter a bola e gerir o jogo a meio-campo. Não se viu um João Mário ontem que não se tivesse visto já no Inter Milão, na Selecção, ou até no Sporting, os “Gattopardos“(Leopardos) não conseguem mudar as suas manchas só porque mudaram de “Jardim Zoológico”.
João Mário e Weigl são jogadores para 4-3-3, com os dois a jogarem como “8” e “10” à frente de um trinco rápido e pressionante, são jogadores com qualidade, mas não peçam a “Ferraris” para fazerem de “retroescavadoras”…
Texto: A.C.F.
Imagem: SL Benfica/Isabel Cutileiro.