Os Juniores(Sub-19) do Sporting Clube de Portugal perderam ontem na final da Puskás Kupa por 1-0 diante do Puskás Akadémia FC.
O Sporting alinhou de início em 4-3-3 com: Diogo Pinto na baliza, Diogo Travassos a lateral direito, João Pereira na direita do eixo, Marlon Júnior(15 anos) na esquerda do eixo, e David Moreira a lateral esquerdo. No meio-campo, Tiago Octávio foi o médio defensivo, Samuel Justo o médio “box-to-box” e Mateus Fernandes o médio ofensivo. Na frente, Lucas Anjos jogou como extremo direito, Isnaba Mané como extremo esquerdo e Rodrigo Ribeiro(16 anos) como ponta-de-lança.
Confrontados com um público “hostil” nas bancadas, os Leõezinhos conseguiram ainda assim ser a equipa mais dominadora ao longo do jogo, sobretudo, após o madrugador golo sofrido, mas nunca conseguindo converter esse domínio e posse de bola em golos. O golo dos visitados foi marcado cedo, logo aos 8 minutos, e a partir daí, os “Leões” assumiram um controlo estéril das operações, revelando quase sempre falta de definição no último terço do terreno, sendo que a melhor oportunidade de golo foi quando João Pereira enviou uma bola à barra após a cabecear violentamente.
Após o final do jogo, o lateral Diogo Travassos, o médio Mateus Fernandes e o extremo Lucas Anjos foram os 3 eleitos para o melhor onze da competição. Na minha opinião, Travassos e Mateus foram sem dúvida 2 dos “highlights” deste torneio, embora Travassos(17 anos) tenha estado mais apagado na final. Já Mateus Fernandes(17 anos) poderá ser jogador para Rúben Amorim orientar daqui por 1 ano, qualidade e potencial para isso não lhe faltam.
Um jogador que me “preocupa”, é o Guineense Isnaba Mané, vejo-o muitas vezes alheado do jogo, pela positiva, revela uma enorme qualidade técnica, mas dá-se pouco ao jogo, necessita de mais intensidade de jogo e melhor atitude competitiva, senão… arrisca perder-se.
A equipa da Puskás Akadémia depressa revelou ser fisicamente mais forte, e sem surpresas, mais eficiente no jogo aéreo, mas depois de marcarem o golo, recuaram bastante no terreno, e na sua maioria, não passavam do meio-campo, defendiam de forma bastante compacta, mas tinham dois avançados(Dominik Kocsis e Zsombor Gruber) que ainda assim, conseguiam criar algum perigo para a baliza leonina.
Não gostei particularmente da arbitragem, achei-a fraca e “caseira”, parou muitas vezes o jogo por causa de faltas, tornando a partida menos dinâmica e menos cativante. De qualquer forma, achei a vitória dos Húngaros justa e merecida, a ideia com que fiquei, é que na globalidade, o Sporting tinha os jogadores mais talentosos, mas os adversários tinham uma equipa mais coesa. Em todo o caso, fiquei com a impressão de que o Sporting poderia ter obtido outro resultado, caso não tivesse jogado tanto com a bola pelo ar, o que tornou o jogo mais físico e menos técnico, portanto, um “terreno de batalha” onde o Sporting invariavelmente e naturalmente, saiu frequentemente a perder.
Volto a frisar, que ao longo deste torneio fiquei tremendamente impressionado com Diogo Travassos, um lateral que revela grande capacidade atlética e raramente se “esconde” do jogo. Outro jogador em destaque, foi Mateus Fernandes, um sobredotado do ponto de vista técnico, mas que gradualmente também tem vindo a evoluir fisicamente, e cada vez mais, se revela um craque no meio-campo. Lucas Anjos esteve igualmente muito bem ao longo de todo o torneio, é muito forte no drible, no 1×1, e consequentemente, ganha a maior parte dos duelos contra o seu marcador. Já Isnaba Mané, parece sofrer de falhas de concentração e perde com demasiada frequência a bola. Atitude a rever, se quiser vir a ser “jogador de bola”.
Texto: A.C.F.
Imagem: Puskás Akadémia FC.