Na minha maneira de ver as coisas, a Federação Portuguesa de Futebol é um “Clube” em que há hiper-estabilidade e os colaboradores são como uma “família” muito unida. Mónica Jorge está lá há 21 anos e vão-lhe renovando o contrato, fazem-no, porque seguramente ela deve ser alguma insubstituível supra-sumo na área dela. Rui Jorge está lá há 11 anos, e mesmo com excelentes jogadores(vários deles, Campeões Europeus com outros treinadores) à sua disposição, nada ganha e mesmo assim vai continuando. Quem dera a muitos trabalharem com tão pouca pressão e cultura de exigência dos seus superiores-hierárquicos.
Fernando Santos tem contrato até 2024, e a menos que ele apresente a demissão, duvido que Fernando Gomes o demita, pois parece ser esse o nível de “amizade”, lealdade e exigência que reina na Cidade do Futebol. Se Fernando Santos sair, suspeito que o próximo Seleccionador Nacional será Rui Jorge, aquele que tem tido gerações campeãs noutros escalões, mas sob a sua batuta só tem somado debacles e ruínas desportivas.
Desde que Fernando Gomes assumiu a Presidência da FPF que a Federação assumiu uma postura social similar à de um partido político de extrema esquerda. As atletas e colaboradoras fazem posts nas redes sociais sobre racismo, violência doméstica, inclusão, direitos dos animais, direitos humanos, etc.
Assessoras de imprensa, colaboradoras do Canal 11, etc todas colocam posts sobre “bullying“, “body shaming“, a FPF organiza webinars, palestras, etc sobre solidariedade social, etc. Quase fico com a ideia de que as assalariadas(e atletas) da Federação são obrigadas/”pressionadas”/”condicionadas” a assumir essa postura “política”/activista para poderem trabalhar na FPF ou justificar a sua presença numa convocatória.
Até um conservador de longa data e Cristão ferrenho como Fernando Santos começou a participar em vídeos de aprovação de orientações sexuais alternativas. O que tem isto a ver com ganhar jogos e trazer troféus? Desconheço em absoluto. Será que as pessoas para entrarem na Cidade de Futebol têm que partilhar a ideologia política “radical” de Fernando Gomes e Mónica Jorge? A ser verdade, seria uma vergonha, e uma tremenda falta de espírito democrático.
No Reino Unido os Órgãos de Comunicação Social assumem publicamente o seu alinhamento político como sendo de centro-esquerda, centro-direita, extrema direita, etc. Se a FPF de Fernando Gomes tivesse que assumir algo, seria decididamente “extrema-esquerda“, portanto, sensivelmente 4% a 10% da sociedade Portuguesa, e não os “11 milhões” que arrogam representar nos seus inimaginativos slogans de marketing.
É pena que Portugal tenha ido para o jogo com a Bélgica preocupado com a inclusão de 10% da sociedade, a comunidade LGBT, em vez de ir focado em ganhar um jogo para agradar a toda a sociedade Portuguesa, quase ficamos com a ideia de que a FPF é a “quinta”/plataforma pessoal de Fernando Gomes para “impingir” a sua ideologia. Isto faz-me lembrar quando perguntaram a Marisa Matias num debate em Janeiro como ela iria fazer crescer a economia, combater o desemprego e aumentar os salários, e ela respondeu…. falando do casamento entre os homossexuais, por alguma razão foi esmagada nas urnas, porque não representou uma base de apoio alargada.
Faço votos de que em 2024 a FPF possa ter um Presidente focado no Futebol, e que deixe as causas sociais para as fundações, que é para isso que elas existem e são financiadas. Mas, o meu “feeling“, é de que a seguir a Fernando Gomes, iremos ter na FPF Pedro Proença, um homem cujos comunicados sobre determinado assunto “du jour” costumam ser “decalcados” dos comunicados da Federação. Já cheguei a questionar-me se a FPF e a Liga de Clubes ambos precisam de Departamentos de Comunicação, tendo em conta que o que a FPF diz, a Liga de Clubes “papagueia” algumas horas depois em total “sintonia política”.
Pedro Proença faz-me lembrar o Sindicato dos Jogadores e o Sindicato dos Jornalistas. Ele tem sempre algo a dizer, um discurso, uma conferência, uma declaração, um comunicado, um “political statement“, escrever uma carta, uma “media scrum“, etc, nunca pára, atarefado como uma “formiguinha”, mas fico sempre com a ideia de que ninguém influente o leva a sério.
Perdoem a comparação sobre credibilidade, mas uma vez conheci um Madeirense bêbado que conduzia um carro delapidado, mas dizia a toda a gente que era milionário, que era dono de ilhéus na Madeira, e que tentava agendar reuniões com António Dias da Cunha para lhe oferecer Adriano, então ponta-de-lança do Nacional da Madeira, mas queixava-se de que o Presidente do Sporting nunca o recebia…. A Pedro Proença deixam-no falar, mas fica a ideia de que está a “pregar no deserto”, o governo simplesmente ignora-o como se fosse um insignificante insecto, embora ele insista em dizer ao Mundo e consequentemente aos seus “patrões”(os Presidentes dos Clubes) de que vai falar ou escrever com o governante XPTO, numa tentativa de mostrar serviço e justificar o seu emprego.
Até porque, se Pedro Proença não fosse Presidente da Liga de Clubes, o que faria ele profissionalmente? É um ex-árbitro que trazia “sorte” ao FC Porto, e por coincidência, quando se reformou, contou com o apoio do FC Porto para ser Presidente da Liga. Será que daqui por uns anos vamos ter o FC Porto a “empurrar” Artur Soares Dias para a Presidência da Liga de Clubes? Será esse o plano para os futuros ex-árbitros se poderem “eternizar” no “Edifício do Futebol” nacional, contarem com o apoio político dos Clubes aos quais trouxeram “sorte”?
Os jornalistas aparecem para as “flashes” de Proença, pois precisam de mais alguns parágrafos para um cantinho na edição do dia seguinte, mas na minha óptica, Pedro Proença por vezes quase parece ser um “colaborador” da Futebol Clube do Porto SAD, a funcionar em regime de “out-sourcing“.
Num Mundo em que ninguém quer que a política seja um “cancro” no desporto(ou na religião, no governo, na arte, na ciência ou no jornalismo) como é nos Estados Unidos e cada vez mais no Reino Unido, ninguém na Europa Continental vai pedir a Marisa Matias, Catarina Martins e Mariana Mortágua que venham jogar ou fazer análises sobre Futebol. Por essa mesma lógica organizativa, que a FPF futuramente se concentre no Futebol e deixe a política para quem nas urnas ganhou um mandato para estar no parlamento a representar este ou aquele “lobby” ou minoria social. E tal como em qualquer partido político, que na FPF deixem de haver tantas “girls” e “boys” com “contratos vitalícios”.
Texto: A.C.F.
Imagem: FPF, Twitter e Facebook da Federação Portuguesa de Futebol; Instagrams Tatiana Pinto, Mónica Jorge e Rita Ferro Rodrigues.